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    Enchentes no RS impactam cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde, diz estudo

    Além das unidades, outros recursos também foram mapeados em levantamento da Fundação Oswaldo Cruz

    Enchente no município de Canoas
    Enchente no município de Canoas Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo

    Julia Fariasda CNN*

    Um levantamento realizado pelo Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que cerca de 3.000 estabelecimentos de saúde devem ter sido afetados pelas fortes enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde o início do mês.

    Além do foco nas unidades de saúde, o mapeamento também buscou analisar imagens de radar, com o intuito de verificar manchas de inundação no estado.

    Com a análise, o mapeamento conseguiu obter estimativas sobre quantas instituições de ensino, comunidades religiosas, favelas e aldeias indígenas sofreram com os impactos do fenômeno climático.

    Assim, o levantamento buscou compreender as condições atuais e cenários futuros de risco no estado a partir de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Defesa Civil do estado, da Fundação Palmares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outras bases.

    Cerca de 823 instituições de ensino foram afetadas diretamente pela mancha de inundação.

    De acordo com o mapeamento, essas escolas, possivelmente localizadas dentro das áreas inundadas, enfrentam interrupções que comprometem a continuidade da educação para milhares de estudantes do estado, além de influenciar as rotinas diárias e a segurança dos alunos e funcionários.

    Ao total, 1.170 consultórios isolados, 548 unidades de clínicas e centros de saúde especializados foram afetados e devem apresentar dificuldades operacionais. No entanto, esses serviços se tornam essenciais para o tratamento de condições crônicas e emergências médicas que não estão diretamente relacionadas ao desastre.

    O mapeamento ainda diz que os problemas de saúde em situação de desastre podem ser divididos em três fases principais: Resgate, Recuperação e Reconstrução. Veja a diferença:

    • Resgate: diz respeito à fase inicial, que ocorre de horas a dias após o desastre. Esse nível foca no atendimento imediato às emergências, incluindo o resgate de vítimas e gestão de óbitos.
    • Recuperação: se estende por semanas a meses após o desastre. Nesse período, o foco se concentra no atendimento a casos de doenças transmissíveis e não transmissíveis que podem surgir devido às condições pós-desastre.
    • Reconstrução: pode levar de meses a anos, e envolve a reconstrução física das áreas afetadas e a restauração completa dos serviços e infraestruturas.

    O relatório do Observatório concluiu que é necessário ressaltar a importância de dar seguimento na implementação de estratégias inovadoras de gestão de riscos que se adaptem a sistemas de alerta precoce para minimizar riscos climáticos futuros.

    Confira os municípios com as maiores estimativas de estabelecimentos atingidos:

    • Porto Alegre: 1.141
    • São Leopoldo: 404
    • Gravataí: 236
    • Montenegro: 223
    • Novo Hamburgo: 200

    Balanço atualizado

    De acordo com o último balanço da Defesa Civil do estado, divulgado na manhã deste domingo, 89 pessoas ainda estão desaparecidas e 155 morreram em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado.

    Os afetados pelas enchentes chegaram a 2.321.720 em todo o estado. Conforme o boletim, 463 municípios foram afetados, 540.626 pessoas ficaram desalojadas e outras 76.955 estão em abrigos.

    Além das vítimas fatais, 806 pessoas ficaram feridas em meio às enchentes, e mais de 82 mil já foram resgatadas.

    De acordo com o levantamento da Fiocruz, os anos com maior número de desastres associados a chuvas intensas foram 2015, 2016, 2017 e 2023, além de 2024. Os anos de 2015, 2016 e 2023 coincidem com a forte intensidade do ‘El Niño’.

    *Sob supervisão de Marcelo Freire