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    Empresário que bateu no carro e matou motorista de aplicativo nega ter bebido no dia do acidente 

    Suspeito prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (1°). Ele responderá pelos crimes de homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local de acidente

    Marcos GuedesAdriana De Lucada CNN , São Paulo

    O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um carro de luxo quando bateu em outro veículo e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (1º) e negou ter ingerido bebidas alcoólicas no dia do acidente.

    De acordo com a Polícia Civil, o suspeito será indiciado e responderá pelos crimes de homicídio com dolo eventual, lesão corporal – em relação a um passageiro do carro dele – e fuga do local de acidente.

    Após prestar depoimento, Andrade Filho deixou o 30° Distrito Policial, onde se apresentou na tarde desta segunda-feira (1°), segundo a advogada Carine Acardo Garcia, que representa o empresário, informou à CNN.

    Fontes da polícia consultadas pela CNN informaram que o delegado responsável pelo caso, Nelson Vinicius Alves, pediu a prisão temporária do suspeito e que aguarda uma decisão judicial. Além do empresário, a mãe dele e outras testemunhas devem ser ouvidas nas próximas horas.

    Renault Sandero foi atingido na traseira pelo Porsche; acidente ocorreu na zona leste de São Paulo
    Renault Sandero foi atingido na traseira pelo Porsche; acidente ocorreu na zona leste de São Paulo / Reprodução/CNN

    O acidente e a fuga

    Andrade Filho dirigia um Porsche 911 Carrera GTS, avaliado em mais de R$ 1 milhão, segundo a tabela Fipe, que bateu na traseira de um Renault Sandero que era guiado pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52 anos.

    O motorista de aplicativo chegou a ser socorrido e levado pelos bombeiros ao hospital municipal do Tatuapé, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

    Após o acidente, a mãe do empresário teria ido ao local e falado que levaria o filho para um hospital para tratar um suposto ferimento leve na boca.

    Entretanto, a polícia chegou a ir ao hospital informado e não encontrou registro de entrada do empresário no hospital para onde a mulher disse que o levaria.

    Por conta da retirada dele do local da ocorrência, não foi possível fazer o teste do bafômetro nele.

    O que diz a defesa

    Em nota divulgada pela defesa de Andrade Filho, os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum afirmam que o rapaz não fugiu do local do acidente.

    “Uma vez que já havia socorro sendo prestado às outras vítimas, Fernando já devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela Polícia Militar para que fosse encaminhado ao hospital. Contudo, por fundado receio de sofrer linchamento, já que naquele momento passou a sofrer o “linchamento virtual”, bem como por conta do choque causado pelo acidente e pela notícia do falecimento do motorista do outro veículo, foi necessário seu resguardo”, argumenta a defesa.

    Filho da vítima

    O filho de Ornaldo da Silva Viana, Lucas Silva, se manifestou nas redes sociais em protesto pela morte do pai.

    “O sentimento que eu carrego e de profunda tristeza e angústia. Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim”, diz Luam em um post. “Um homem como o senhor não merecia nada do que aconteceu.”

    Postagem do filho de Ornaldo da Silva Viana, motorista de aplicativo morto após colisão com um Porsche na madrugada de domingo (31) na avenida Salim Farah Maluf, zona leste da capital paulista / Reprodução/Redes sociais

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