Empresa britânica aposta em mosquitos transgênicos para combater dengue no Brasil
Empresa desenvolveu uma versão do mosquito macho Aedes aegypti que carrega um gene que mata as fêmeas antes que atinjam a maturidade, suprimindo a população
A empresa britânica de biotecnologia Oxitec está apostando em uma solução para o aumento dos casos de dengue no Brasil, envolvendo a liberação de mosquitos geneticamente modificados em um esforço para reduzir a propagação do vírus.
A empresa desenvolveu uma versão do mosquito macho Aedes aegypti que carrega um gene que mata as fêmeas antes que atinjam a maturidade, suprimindo a população. Apenas as fêmeas dos mosquitos picam e transmitem doenças.
Os ovos dos mosquitos são colocados dentro de uma caixa e é adicionada água para ativá-los.
“Ele completa o ciclo dentro dessas caixinhas em cerca de dez dias e os insetos adultos saem para fazer o trabalho deles”, disse a diretora executiva da Oxitec no Brasil, Natalia Ferreira.
À medida que os mosquitos geneticamente modificados são liberados em determinada região, eles proliferam e a população total do inseto diminui.
O Brasil está lidando com um surto massivo de dengue nos primeiros meses de 2024, fomentado pelo verão quente e chuvoso. Até 27 de fevereiro, mais de 973 mil casos prováveis de dengue haviam sido notificados no país somente neste ano.
Segundo o Ministério da Saúde, 195 pessoas morreram por causa da doença, enquanto outros 672 óbitos estão em investigação.
A população de mosquitos em um bairro onde a empresa fez o tratamento é até 90% menor do que em um bairro onde não foi feito, disse Ferreira.
A cidade de Suzano, em São Paulo, está usando a solução após declarar estado de emergência neste mês. As caixas estão sendo colocadas em locais estratégicos da cidade.
“A gente espera na próxima medição ter diminuição de 20% e a gente poder sair desse estado de emergência por conta da dengue”, disse o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi.