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    Empreendedor encontra bilhete com ofensas racistas em seu carro e diz querer justiça

    Caso ocorreu no Rio Grande do Norte; suspeito é morador do mesmo condomínio da vítima

    Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que foi instaurado um inquérito e o caso segue em investigação
    Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que foi instaurado um inquérito e o caso segue em investigação Unsplash/Anne Nygard

    Ana CoelhoFelipe Souzada CNN*Naira Ziteida CNN

    em São Paulo

    O empreendedor Alan Batista, 33 anos, encontrou um bilhete com ofensas racistas em seu carro no último domingo (1°). Ao sair de casa com a esposa e o filho, ele encontrou o papel enrolado na maçaneta do automóvel com insultos como “inseto”, “negro fedorento” e “bo*** de rato”.

    O caso aconteceu na cidade de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal (RN).

    Veja também: Governo define medidas de combate ao racismo no esporte

    Na segunda-feira (2), a vítima esteve na delegacia e registrou o boletim de ocorrência. A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que foi instaurado um inquérito e o caso segue em investigação.

    A polícia confirmou à CNN que as câmeras de segurança do local onde o carro estava estacionado estavam quebradas. Assim, a investigação segue com os depoimentos, que levaram a um suspeito, morador do condomínio, e com histórico de práticas racistas. O suspeito não teve sua identidade divulgada.

    ”Sou da minha cor e vou até o final”

    A esposa de Alan, Renata Janielly, foi às redes sociais para expressar sua indignação com o caso. Ela relatou que, por volta das 13h de domingo, ao chegarem no estacionamento do condomínio, se depararam com o bilhete enrolado.

    Em um primeiro momento, como ela explicou, o casal pensou se tratar de uma brincadeira do filho, mas, ao ler o conteúdo do bilhete, perceberam a gravidade da situação.

    “Era um bilhete de ódio, de racismo, de preconceito, com insinuações a respeito da índole do meu marido”, disse Renata, enfatizando o momento que abalou a família.

    Ela relatou que, naquela hora, sentiram muita raiva, por estarem acompanhados do filho, mas reconheceram a importância do momento para que ele soubesse o que poderia enfrentar mais para frente. “A gente precisa preparar nossos filhos para o mundo”, completou.

    À CNN, Alan contou esperar que a justiça seja feita e, juntamente com a polícia, que o culpado seja descoberto para que seja punido. A vítima também relatou o choque no momento e disse que ficou abalado com o acontecido.

    “Chega até a emocionar… por que o negro não pode ocupar o espaço, sendo que somos todos iguais?”, questionou.

    Por fim, ele ressaltou a necessidade de continuar na luta pela justiça e seu papel para conscientização. “Pela administração do condomínio, vou realizar uma ação de conscientização, vou colocar em cada bloco um cartaz ‘somos todos iguais’”, concluiu.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé, da CNN