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    Em mensagens, babá de Henry relata pavor ao presenciar agressões de Jairinho

    Mensagens reveladas pela polícia apontam rotina de agressões e terror sofridas por Henry Borel

    Iuri Corsini e Thayana Araújo, da CNN, no Rio de Janeiro

    “Eu tô apavorada. Família de doido real. A criança (Henry) vai ficar perturbada (sic)”. Este é apenas um dos trechos de uma conversa por WhatsApp entre a babá do menino Henry Borel e seu namorado revelados no inquérito final da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Nas mensagens, às quais a CNN teve acesso, é possível ver o desespero da funcionária quando Jairinho estava em casa com Henry e na ausência de Monique.

    O episódio, ocorrido no dia 2 de fevereiro deste ano, mostra parte do terror a que Henry era submetido por Jairo Souza Santos Júnior. De acordo com as conversas telefônicas, a babá narrou como Jairinho tratava a criança e como Henry ficava perturbado com a presença do parlamentar. 

    “O menino (Henry) estava chorando comigo no quarto, querendo a mãe. Aí nisso o doido (que seria Jairinho) entrou e disse: ‘Henry não pode chorar, você é muito mimado’. O menino agarrou no meu pescoço e começou a chorar muito, muito mesmo, que você vê que não é normal, sabe”, disse a babá a seu namorado, relatando, ainda, que logo depois Jairo levou o menino para o quarto, onde ficou sozinho com a criança.

    Em determinado momento, ainda de acordo com os relatos da babá, Jairinho foi tomar café e disse que Monique mimava muito o menino. Henry continuava no quarto, chorando e gritando “prometo”, como se Jairo tivesse mandado ele não falar nada para a mãe. 

    A babá, então, disse que iria conversar com Monique, mas sem contar o que aconteceu, pois não queria “entrar em uma rabuda”. Ela também revelou que esta não havia sido a primeira vez que presenciou as ações de Jairinho contra o menino.

    Relatos

    Nas mensagens a babá ainda demonstrou seu sentimento de impotência por não conseguir ajudar a criança. “Eu tô trêmula, uma sensação muito ruim, sabe. De não poder fazer nada”, escreveu para seu namorado. 

    Continuando em seu relato, a babá disse que Henry estava mudo e que ele e Jairinho voltaram a ficar sozinhos no quarto. Segundo a funcionária, ela só estava na casa ainda por ter se apegado à criança, pois, caso contrário, já teria ido embora. 

    A babá também escreveu que estava com medo de Henry achar que ela era uma pessoa ruim que deixava ele com o “louco” (Jairo).

    Em determinado momento, a babá comentou que o menino havia parado de chorar e logo em seguida escreveu: “Não sei o que é pior, (ele) chorando ou mudo. Chorando sei que tá vivo pelo menos”.

    A babá também mostrou temer que Jairo a trancasse no quarto, assim como fazia com Henry. “Quando ele (Jairinho) sai do quarto eu penso: ‘meu deus! É agora que vai me prender também’”.

    O delegado Henrique Damasceno disse em coletiva, nesta terça-feira (4), que já foi aberto um inquérito sobre a conduta da babá de Henry. Segundo os investigadores, ela teria mentido e omitido em seus dois testemunhos dados à polícia. 

    “Algumas pessoas foram ouvidas novamente, são essas que estão sujeitas a responder por falso testemunho caso tenham faltado com a verdade. Sobre a babá, especificamente, estamos aprofundando nesse aspecto do crime. Mas lembramos que no próprio depoimento ela alegou receio por sua integridade física. Ela tem muitos parentes ligados ao Dr. Jairinho, mas ainda pode falar toda a verdade que sabe”, afirmou Damasceno.

    O inquérito que investiga a morte de Henry foi concluído na última segunda-feira (3). A polícia pediu a prisão preventiva do casal. 

    O vereador Dr. Jairinho foi indiciado por tortura e homicídio duplamente qualificado, e Monique Medeiros por tortura omissiva e, também, homicídio duplamente qualificado.

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