Em meio a alta de mortes por Covid, ao menos 15 estados impõem toque de recolher
O horário da proibição de circulação de pessoas em espaços públicos não é o mesmo em todos os estados; o começo varia das 20h às 22h e o término, das 5h às 6h
No momento em que o país tem registrado recordes diários de mortes pela Covid-19, ao menos 15 dos 27 estados adotaram o toque de recolher noturno como medida para tentar conter o avanço da doença. O levantamento a que a CNN teve acesso foi feito pelo Fórum Nacional dos Governadores.
O documento intitulado “Quadro de medidas de prevenção e combate à Covid-19 adotadas pelos governos estaduais e distrital” reúne informações das 27 unidades da federação, elencando, por exemplo, as restrições impostas pelos governadores e respectivos períodos de vigência.
Segundo os dados reunidos pelo Fórum dos Governadores, o horário da proibição de circulação de pessoas em espaços públicos não é o mesmo em todos os estados, mas começa entre 20h e 22h e termina entre 5h e 6h.
O levantamento foi produzido depois de governadores debaterem, no último dia 7, a adoção de um “pacto nacional” com medidas restritivas e preventivas para ajudar a frear a Covid-19 pelo país.
Embora o plano conjunto ainda não tenha saído do papel, as informações reunidas pelo Fórum dos Governadores mostram que as 27 unidades da federação estão adotando ações mais duras para tentar conter o colapso no SUS (Sistema Único de Saúde) e a escalada de mortes por conta da Covid-19.
Nesta semana, parte dos 27 governadores assinou um documento intitulado “Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde”, a fim de reforçar “a luta contra a pandemia de coronavírus”. O texto pede a criação de um Comitê Gestor para o enfrentamento à doença, “mediante a participação dos Três Poderes da República e de todos os níveis da Federação, e a assessoria de comissão de especialistas”.
Na quinta-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas restritivas para conter a pandemia. Em pronunciamento feito durante evento realizado pela Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, ele disse que o lockdown é uma “irresponsabilidade”.
“Até quando podemos aguentar essa irresponsabilidade do lockdown?”, questionou. “Estamos hoje com novas medidas sendo anunciadas, nossa capacidade de endividamento está no limite.”