Em meio a enchentes históricas, Acre registra uma morte e cidades alagadas
Homem morreu afogado após ser surpreendido por enxurrada em rio
Um homem morreu após se afogar durante uma enxurrada que atingiu um igarapé de Rio Branco, em meio às enchentes históricas registradas no Acre.
Segundo o Corpo de Bombeiros do estado, o homem mergulhou no igarapé São Francisco, na região do bairro Conquista, no último domingo (25), na capital do estado. Ele teria ido ao local voluntariamente para nadar no rio, que não é próprio pra banho e havia transbordado por conta da cheia.
O corpo dele foi encontrado três dias depois, na tarde desta quarta-feira (28).
Segundo o comandante geral do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Charles da Silva Santos, essa é a única morte relacionada de fato com às cheias, uma vez que o jovem ficou preso na enxurrada.
Outras três mortes foram registradas em meio às enchentes, mas não tiveram relação direta com as cheias.
Na sexta (23), pai e filha caíram em um rio em Sena Madureira após a canoa onde estavam com a família naufragar. Bombeiros encontraram os corpos dois dias depois, no domingo (25). De acordo com o comandante, os rios amazônicos são como estradas pra população e é normal o tráfego de canoas nesses locais.
A cheia não foi responsável pelo naufrágio da embarcação, mas dificultou o encontro dos corpos.
Outro caso foi registrado nesta quarta-feira (28), em Brasiléia. Um jovem morreu após um galho de árvore cair em cima de sua cabeça enquanto ele abria caminho numa mata da região. A morte em si não tem relação com às enchentes, porém, por ficar em um lugar de difícil acesso, e pela cidade estar enfrentando a maior cheia de sua história, o corpo só pode ser resgatado na madrugada desta quinta-feira (29).
O Rio Acre chegou a 17,22 metros, na manhã desta sexta-feira (1º). A marca bate um novo recorde — é a quinta máxima histórica.
A nova marca fica apenas quatro posições abaixo da maior altura já registrada: 18,4 metros, em 4 de março de 2015. Em 2023, a cidade registrou 17,77 metros neste mesmo período, a segunda maior cheia da história.
O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), decretou no último domingo (25) estado de calamidade em 17 cidades do estado atingidas pelas cheias de rios ou igarapés.
Na cidade de Xapuri o rio atingiu seu segundo maior nível da história. Segundo o SGB, a cota registrada nesta quinta foi de 16,4 metros, ficando atrás apenas do recorde de 2015, quando o rio alcançou 18,24 metros.
Já em Brasiléia, cidade mais afetada pelas enchentes, o rio baixou seu nível em mais de 40 centímetros e ficou na marca de 15,18 metros nesta quinta (29) após alcançar a máxima histórica de 15,62.
Em nota mais recente, o governo do estado afirmou que, somente em Brasiléia, mais de 14 mil pessoas foram atingidas, 911 ficaram desabrigadas e 1.011 desalojadas. Além disso, 12 bairros foram afetados, 16 abrigos montados, mais de 580 ocorrências atendidas e um efetivo de mais de 500 pessoas, entre civis e militares, estão atuando na região.