Em meio à calamidade pública, moradores se recusam a deixar casas alagadas no AC
Várias cidades estão em estado de calamidade pública devido às chuvas. Dengue e Covid-19 também preocupam
Moradores do Acre sofrem com enchentes, surto de dengue e o aumento de casos de Covid-19, que sobrecarregam o sistema público de saúde. Dez municípios decretaram estado de calamidade pública. Muita gente se recusa a deixar as casas, mesmo com algumas ruas alagadas há mais de oito dias.
As três cidades com maior número de pessoas prejudicadas são Cruzeiro do Sul (33 mil), Tarauacá (28 mil) e Sena Madureira (27.653) – e o número pode ser ainda maior, de acordo com o Corpo de Bombeiros, pois comunidades isoladas de indígenas e ribeirinhos podem não ter entrado na estatística.
Mais da metade da população de Sena Madureira foi atingida pela inundação desde que o Rio Iaco chegou a 17,15 metros, marca mais alta desde 1995. Os moradores usaram tijolos para suspender os móveis, já que a água invadiu as casas e 47 abrigos foram improvisados em escolas e igrejas.
Os ribeirinhos são foco da primeira fase da campanha SOS Acre, criada pelo Ministério Público (MP) em parceria com o Tribunal de Justiça (TJ) do estado. A distribuição dos donativos começou em Sena Madureira.
Os bombeiros recomendam que quem deixou a casa espere um pouco para retornar. “O ideal não é voltar agora, porque há chance de ter uma segunda onda de inundação em março. A gente se depara demais com pessoas faltando um, dois dedos faltando para entrar na residência e não querem sair porque acreditam que vai baixar”, disse o coordenador da Operação Inundação, Tenente Santiago, à CNN.
Dengue
De acordo com a secretaria estadual da Saúde, nas primeiras seis semanas de 2021 foram registrados 7.514 casos prováveis de dengue, um aumento de 189% em relação ao mesmo período do ano passado.
A capital Rio Branco lidera com 3.276 casos prováveis, um aumento de 1.018% em relação a 2020. E 96,2% dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados com pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave.
(Publicado por Daniel Fernandes)