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    El Niño dá sinais de despedida, mas cientistas já preveem La Niña

    Oposto ao El Niño, o La Niña é caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela queda nas temperaturas globais

    La Niña é caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais
    La Niña é caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais Pixabay

    Estadão Conteúdo

    Após um ano e meio de duração e sucessivos recordes de temperatura batidos, o El Niño deve se despedir no segundo semestre e dar lugar ao La Niña ainda neste ano.

    De acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a versão mais fria do fenômeno climático deve passar a vigorar entre julho e setembro, conforme documento da entidade elaborado com base em uma série de modelos estatístico-climáticos.

    O El Niño ocorre com intervalos de dois a sete anos e se caracteriza pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região do Equador. Isso causa a interrupção dos padrões de circulação das correntes marítimas e massas de ar, o que leva a consequências distintas ao redor do mundo.

    “Dependendo de sua força, o El Niño pode causar uma série de impactos, como aumentar o risco de chuvas fortes e secas em determinados locais do mundo”, disse Michelle L’Heureux, cientista do Climate Prediction Center.

    Na semana passada, um relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicou que, apesar de o El Niño estar classificado atualmente como forte, a intensidade do fenômeno deve mudar de moderada para fraca nos próximos meses, com possibilidade de formação do La Niña no segundo semestre.

    Mensalmente, o documento é produzido e atualizado para garantir informações acerca do fenômeno e, assim, apoiar os órgãos federais e estaduais, além de contribuir para a tomada de decisões governamentais referentes ao País –o fenômeno afeta, por exemplo, a colheita.

    Oposto

    O La Niña é um fenômeno climático oposto, caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais. No Brasil, ele costuma causar fortes chuvas nas Regiões Norte e Nordeste. No Sul, há elevação das temperaturas e seca.

    Na última vez em que vigorou, o fenômeno teve a duração de três anos. “O La Niña potencializa as ondas de frio nos períodos de outono-inverno e primavera. Por outro lado, é preciso lembrar que áreas da América do Sul em Argentina, Uruguai, Paraguai e Sul do Brasil podem ter forte estiagem e ondas de calor intensas como em 2021/2022”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul.

    De acordo com a NOOA, o El Niño deve estender seus efeitos até maio. Após esse mês, segue um período de neutralidade climática e, então, começa a se formar o La Niña. Não necessariamente os dois eventos se sucedem imediatamente, explica Estael. Eles podem se prolongar e se repetir.

    Calor

    Sob influência do El Niño, o mundo bateu recordes sucessivos de calor. O ano de 2023 foi confirmado como o mais quente já registrado, segundo relatório divulgado pelo observatório europeu Copernicus. A temperatura média no ano passado foi 1,48 ºC mais quente do que na era pré-industrial (meados do século 19), segundo a agência. E quebrou a barreira de 1,5ºC em 12 meses, marco do Acordo de Paris, no mês passado.

    A influência do El Niño ainda esteve relacionada a eventos extremos, como ciclones extratropicais no Sul e a estiagem acompanhada de queimadas na Amazônia, além das ondas de calor em várias regiões do Brasil.