Educadores divergem sobre protocolos para retorno às aulas presenciais em SP
Arthur Fonseca Filho, representante das escolas particulares, e Celso Napolitano, que representa professores, debateram educação presencial e pandemia
Em entrevista à CNN, Arthur Fonseca Filho, diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), e Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), avaliaram, nesta quarta-feira (24), a reabertura das escolas em meio à pandemia da Covid-19.
“A grande maioria das escolas particulares que estou representando está pronta para atender os protocolos definidos e aguardam o momento adequado que o pessoal da saúde permitir esse retorno”, considerou Fonseca Filho.
Representando os professores, Napolitano discordou e defendeu que o segmento ainda não está preparado para receber os alunos de volta às aulas presenciais. “Os protocolos que estão sendo estabelecidos são simplesmente sanitários e, no caso da relação ensino x aprendizagem, tem que se estabelecer outros protocolos que envolvam outros profissionais”, afirmou.
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira o retorno às aulas a partir de setembro. Para que as entidades de ensino voltem a funcionar, o estado deverá estar na fase amarela, segundo apurou a CNN.
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Napolitano ainda criticou que representantes de professores – do ensino público e do privado – não estão chamados para participar das comissões que estabelecem esses protocolos. Diante disso, o presidente da Fefesp classificou como “apressado e irresponsável” o anúncio dos novos protocolos e cronograma para reabertura das escolas em São Paulo, que deve ser feito pelo governador João Doria (PSDB) nesta quarta. “Vão contra o que as autoridades de saúde e os cientistas estão colocando”, completou.
Fonseca Filho negou que os professores não estejam participando das discussões. “Não posso comentar um protocolo que ainda não foi divulgado. Isso que é apressado e irresponsável”, criticou. “Pelas notícias que tenho, o protocolo vai respeitar a evolução das fases conforme a regiões do estado”, acrescentou. O diretor da Abepar concluiu dizendo que “as boas escolas têm que ter liberdade para trabalhar “e “que não há escola que possa funcionar sem a participação de seus professores”.
(Edição: Leonardo Lellis)