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    Educação é central para evitar violência contra LGBTQIA+, diz Amara Moira

    Em 2020, pelo menos 237 pessoas da comunidade LGBTQIA+ morreram por conta do preconceito

    Produzido por Juliana Alves e Renata Souza, da CNN em São Paulo

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    No dia em que o mundo comemora o dia do orgulho LGBTQIA+, Amara Moira, doutora em crítica literária, afirmou que a educação é a peça-chave para que a violência contra a comunidade não aconteça. Amara é a primeira travesti a defender uma tese de doutorado utilizando nome social na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

    “Casos recentes de violência [mostram que esta] população [é] considerada menos gente e não tem mobilização. É como se a sociedade não sentisse responsabilidade por esse crime, como se fosse individualizado, ou seja, é apenas homem ou uma pessoa responsável pelo crime, e não a sociedade que criou pessoas capazes de cometer esse tipo de atrocidade. A educação é central para evitar que isso aconteça”, explicou ela em entrevista à CNN.

    “[É preciso] Uma educação que permita que a gente esteja nas escolas, que não trate como brincadeira aquela criança que bate no outro porque é ‘viadinho’.”

    Segundo dados do Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+, feito pelos grupos Acontece Arte e Política LGBTI+ e Grupo Gay da Bahia (GGB), foram contabilizadas mais de cinco mil mortes de pessoas representadas por essas letras em vinte anos.

    É como se a sociedade não sentisse responsabilidade por esse crime, como se fosse individualizado, ou seja, é apenas homem ou uma pessoa responsável pelo crime, e não a sociedade que criou pessoas capazes de cometer esse tipo de atrocidade

    Amara Moira, doutora em crítica literária pela Unicamp

    No ano passado, pelo menos 237 pessoas da comunidade LGBTQIA+ morreram por conta do preconceito. Deste total, mais de 94% das mortes foram homicídios, o que significa que 224 pessoas dessa comunidade foram assassinadas.

    Esses números referentes a 2020 mostram uma queda de quase 30% se compararmos com os dados do mesmo levantamento de 2019. 

    De acordo com os grupos que fazem a pesquisa, esses números estão em queda principalmente depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou a homofobia entre os crimes na legislação brasileira.

    “Não podemos esquecer que o dia 28 de junho começa com uma revolta contra a violência policial e a violência do Estado contra essa população. Já foi considerado crime existir ser como somos, considerado crime respaldado tanto pela jurisdição, como pela mídia e a população civil”, relembra.

    “Agora, nós temos conquistado direitos muito importantes como poder retificar o nosso nome de forma desburocratizada. O STF garantiu recentemente que a gente só precisa ir no cartório, levar alguns documentos e depois de uma semana ter uma nova certidão de nascimento, com meu nome e gênero, sem qualquer tipo de necessidade de um profissional asseverando que aquilo faz sentido ou não.”