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    É inadmissível que a pena do preso passe ao familiar, disse “Dama do Tráfico” durante evento em ministério

    Mulher de líder do Comando Vermelho fez discurso no Ministério dos Direitos Humanos: “Vim aqui interceder, os detentos do Amazonas pedem socorro”

    Elijonas Maiada CNN

    Luciane Barbosa de Farias, conhecida como “Dama do Tráfico”, fez um discurso durante o 4º Encontro Nacional de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura. O evento foi promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos em 6 e 7 de novembro.

    “Vim aqui interceder. Os detentos do Amazonas pedem socorro. Há muito tempo não temos direitos humanos no sistema prisional. Já tive reuniões com a Justiça, mas os casos não avançam. Não se resolve nada. Questões de saúde, tortura, entreguei 20 nomes de internos e foram arquivados”, declarou.

    Luciane também criticou o sistema de visitas e revista nas unidades prisionais. “Peço que sejam vistas as questões de visitas. Temos problema com revista vexatória. Muitos não conseguem ver o familiar. Crianças são revistadas, sem fralda. É inadmissível que a pena do preso passe ao familiar, é inconstitucional. Peço socorro ao estado do Amazonas”, disse.

    Luciane Barbosa Farias é casada com o líder do Comando Vermelho no estado, Cremilson dos Santos Faria, apelidado Tio Patinhas. Todos os participantes desse encontro tiveram as passagens e diárias custeadas pelo Ministério dos Direitos Humanos, inclusive Luciane, conforme a pasta admitiu nesta quarta-feira (15).

    Em nota, o ministério afirmou que o comitê do Amazonas indicou Luciane como representante para participar do fórum e que os comitês estaduais possuem autonomia para fazer a indicação.

    Luciane foi investigada por envolvimento com o Comando Vermelho e condenada a 10 anos por lavagem de dinheiro para organização criminosa, mas recorre em liberdade. Hoje, é presidente do Instituto Liberdade do Amazonas, que denuncia casos de tortura em presídios.

    Reuniões com MJ

    As agendas da “Dama do Tráfico” em Brasília vieram à tona nesta semana. Além do evento no Ministério do Desenvolvimento Humano, Luciane também participou de duas reuniões com secretários do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

    Uma com Elias Vaz, de Assuntos Legislativos, e outra com Rafael Velasco, secretário de Políticas Penais. As reuniões foram intermediadas pela advogada Janira Rocha.

    Em coletiva de imprensa, Elias Vaz admitiu ter ‘errado’ em se encontrar com Luciane sem checar o histórico dela. Já Velasco disse à CNN que encaminhou as denúncias para a Ouvidoria da Senappen. A situação levou a pasta a rever os critérios para agendamento de reuniões.