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    Doria planeja ‘flexibilização heterogênea’ da quarentena para cidades paulistas

    Governador de São Paulo prepara um decreto para mudar as regras de isolamento social e permitir a reabertura do comércio

    Comércio fechado na cidade de São Paulo após restrições impostas durante pandemia do novo coronavírus
    Comércio fechado na cidade de São Paulo após restrições impostas durante pandemia do novo coronavírus Foto: Débora Freitas/CNN

    Pedro Duran, da CNN em São Paulo

    Com a situação bastante distinta entre as 645 cidades do estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) está montando um plano de reabertura do comércio baseando-se em uma palavra, que vem sendo repetida nas reuniões do grupo técnico que discute o tema: “flexibilização heterogênea”.

    Basicamente, as cidades onde o coronavírus tem provocado mais vítimas vão seguir com restrições mais severas. É o caso da capital paulista, cidade com o maior número de mortes em todo o país. O mesmo vale para uma faixa crítica de grandes cidades traçada por um estudo da Unesp, que passa por Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto. Quanto maior o risco de contágio do coronavírus, mais duras as regras de reabertura.

    Estão na mesa de negociação com 15 setores da economia paulista regras como o uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos comerciais, o atendimento individual para clientes em locais como salões de beleza, e a emissão de autorizações específicas de reabertura emitidas pelas prefeituras das cidades.

    A reportagem da CNN conversou com membros do governo que fazem parte dessa negociação e apurou que a tendência do grupo técnico é manter as restrições impostas para restaurantes e padarias, por exemplo, que não podem servir refeições nos locais.

    Plano gradual

    O plano será gradual e valerá a partir do dia 11 de maio. As fases levam em conta dois fatores. O primeiro é a taxa de contágio do coronavírus e a ocupação de leitos de UTI na região. Se esses números subirem consideravelmente com a reabertura, o local pode ter de voltar um passo atrás. O segundo número importante é o nível de aglomeração.

    Isso significa, basicamente, que a reabertura iniciará com locais de baixa aglomeração, como pequenos estabelecimentos comerciais de rua, seguida por lugares onde a aglomeração é média, o que é o caso dos shoppings centers, para só depois, no final do plano, abrir as portas de locais como escolas, casas noturnas, estádios, teatros e cinemas, por exemplo, onde as pessoas ficam mais próximas umas das outras.

    Comissão técnica

    Para montar o plano de reabertura econômica, Doria trouxe dois nomes que ele admira pessoalmente para a conversa, o da economista Ana Carla Abrão, que foi Secretária da Fazenda em Goiás, e do economista Pérsio Arida, que cuidou do programa de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) na campanha à Presidência em 2018.

    Eles se juntam aos secretários de Fazenda, Henrique Meirelles, Governo, Rodrigo Garcia, e Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, num comitê multidisciplinar criado para gerir a crise do coronavírus no Palácio dos Bandeirantes.

    Expectativa no interior

    O prolongamento do fechamento mais radical de estabelecimentos comerciais irritou prefeitos do interior que comandam cidades onde não há casos graves ou mortes pelo novo coronavírus. Integrantes do governo, no entanto, para acalmar os ânimos desses gestores locais, têm atuado como bombeiros e passaram a avisá-los da reabertura gradual desde a semana passada.

    O governo fará um decreto para colocar as novas regras em prática e anunciará os primeiros moldes do projeto na próxima quarta-feira (22).

    Entre as inspirações, estão a cidade de São José dos Campos, que já criou um plano municipal com alvarás específicos para os estabelecimentos, e as novas regras adotadas pela capital paulista, que foram inclusive elogiadas por Doria, estabelecendo, por exemplo, o uso obrigatório de máscaras de proteção em alguns locais.