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    Dono do Porsche: Testemunha chave conta que bebeu com empresário antes do acidente que matou motorista de aplicativo

    Mulher aparece em câmeras de segurança e contou que Fernando discutiu com namorada, que teria pedido para que ele não dirigisse

    Marcos Guedesda CNN

    São Paulo

    Uma testemunha que estava com Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, horas antes do acidente que matou o motorista de aplicativo, Ornaldo da Silva Viana, relatou à polícia que na noite da ocorrência havia bebido “alguns drinks” com o empresário.

    A mulher prestou depoimento no 30° Distrito Policial na tarde de ontem (3) e relatou aos investigadores que estava com o namorado e que se encontrou com Fernando e a namorada dele para um jantar no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.

    A testemunha contou que no restaurante bebeu “alguns drinks” com Fernando e que de lá, eles decidiram ir à casa de Poker, onde acontecia uma festa que a entrada custava R$ 300 e que funcionava na modalidade “open bar”.

    Já na casa de jogos, a testemunha contou que ficou conversando com a namorada do empresário e que não viu Fernando consumindo bebidas alcoólicas. A dona da casa de jogos também prestou depoimento e disse não ter condições de indicar se Fernando havia bebido.

    O relato da testemunha também descreve que na hora que decidiram ir embora, Fernando discutiu com a namorada, pois ela havia pedido que ele não dirigisse, pois estava alterado. Entretanto, o empresário não queria que ninguém dirigisse o seu carro, um Porsche Carrera, avaliado em R$ 1 milhão.

    A discussão foi flagrada por câmeras de vigilância da rua onde funciona a casa de Poker e só terminou quando o amigo de Fernando se propôs a ir com ele para que “ele não fizesse nada de errado”, segundo relato.

    Arrancada em alta velocidade e divergência de versões

    A testemunha ouvida na tarde de ontem também contou que após saírem da casa de jogos, foram andando lentamente até que, em determinado momento, percebeu que Fernando arrancou com o carro a ponto dela, que estava em outro veículo, o perder de vista.

    Uma câmera no trajeto mostra que o carro passou em uma velocidade superior à dos veículos que estavam na mesma via antes do acidente. Em depoimento, Fernando contou que estava somente um pouco acima do limite.

    Também em depoimento, Fernando negou que tivesse feito uso de entorpecentes e ingerido bebidas alcoólicas. Mas outra testemunha do acidente, que ajudou no socorro às vítimas, contou que ele aparentava sinais de embriaguez e cambaleava, além de apresentar uma voz “pastosa” sem saber o que estava acontecendo.

    Momentos após a colisão, a mãe do empresário o retirou do local do acidente alegando que levaria o filho ao hospital. Entretanto, os policiais não o encontraram e não fizeram o teste de bafômetro. Em depoimento, a mulher contou que fez uso de medicamentos e que adormeceu antes de levar o filho ao hospital.

    O que diz a defesa

    Em nota divulgada pela defesa de Andrade Filho, os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum afirmam que o rapaz não fugiu do local do acidente.

    “Uma vez que já havia socorro sendo prestado às outras vítimas, Fernando já devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela Polícia Militar para que fosse encaminhado ao hospital. Contudo, por fundado receio de sofrer linchamento, já que naquele momento passou a sofrer o “linchamento virtual”, bem como por conta do choque causado pelo acidente e pela notícia do falecimento do motorista do outro veículo, foi necessário seu resguardo”, argumenta a defesa.

    Filho da vítima

    O filho de Ornaldo da Silva Viana, Lucas Silva, se manifestou nas redes sociais em protesto pela morte do pai.

    “O sentimento que eu carrego e de profunda tristeza e angústia. Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim”, diz Luam em um post. “Um homem como o senhor não merecia nada do que aconteceu.”