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    Diversidade não é boa só para negros, mas para toda empresa, diz analista

    À CNN no Plural, a analista de mídias Edilaine Kosiur contou que enfrentou dificuldades no mercado de trabalho por ser uma mulher negra

    João de Marida CNN , Em São Paulo

    A analista de mídias sociais e estudante de Direito, Edilaine Kosiur, afirmou à CNN neste sábado (20) que a diversidade não é “boa apenas para negros, mas para toda empresa”.

    “Uma pesquisa recente diz que pessoas negras entre advogados e estagiários nos grandes escritórios de São Paulo correspondem a apenas 1%. Quando comecei faculdade de Direito isso me desestimulou um pouco”, disse.

    “Sempre ouvi meu pai falar que a gente tinha que estudar e trabalhar duas vezes mais, principalmente estudar, porque é como se estivéssemos em desvantagem em uma vaga de emprego. Senti isso durante muito tempo”.

    No entanto, ela começou a participar de um grupo para fomentar diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Segundo ela, são pessoas que estão “tentando abrir espaço e conversar com grandes empresas”.

    “Faço parte de um grupo com 20 advogadas negras, pessoas que estão tentando abrir espaço, conversar com grandes empresas. Diversidade não é boa só para mim que sou negra, mas para os empresários, para as pessoas na empresa”, avaliou.

    Antes disso, a analista de mídias sociais enfrentou dificuldades no mercado de trabalho por ser uma mulher negra. Ela contou que as dificuldades só foram superadas quando encontrou uma empresa com gestores negros.

    “Na empresa que estou atualmente, a líder e o supervisor para área para qual fiz minha inscrição são negros. Sabia que meu tom de pele não seria uma desvantagem, que eu não iria entrar em desvantagem no processo seletivo. Aquilo me trouxe segurança”.

    Racismo no trabalho

    Em entrevista à CNN, Edilaine relembrou de momentos em que viveu o racismo em um emprego como recepcionista de um salão de beleza.

    “Éramos eu e uma menina loira de olho verde. As duas recepcionistas. Tudo que ela fazia de errado, a culpa era minha. Se tinha que fazer serviços externos, no sol quente, ter que ir comprar algo no centro da cidade, eu via claramente ele [o chefe] falando ‘manda a neguinha comprar’. Um cabeleireiro falou que a ‘branquinha apronta, mas a culpa sempre cai na neguinha'”, contou.

    Ela, porém, disse que optou continuar no trabalho. “Acabei ficando porque precisava do emprego. Mas hoje em dia não aceitaria mais. Temos que ocupar todos os espaços, porque também são nossos. Estamos começando, mas temos muito que lutar ainda.”

    No Dia da Consciência Negra, a CNN no Plural traz histórias de superação diante do racismo no Brasil.

    Edilaine Kosiur, analista de mídias sociais (20.nov.2021) / CNN / Reprodução

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