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    Disseminação da Língua Brasileira de Sinais ainda é um desafio, diz especialista

    À CNN Rádio, Sabrina Figueiredo explicou que a ampliação do uso de Libras é importante para aspectos profissionais, sociais e mesmo de saúde para pessoas com deficiência auditiva

    Amanda GarciaProduzido por Talita Amaralda CNN

    A lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) completou 20 anos neste mês ainda com muitos desafios para ser propagada pelo país. Esta é a avaliação da especialista em Implante Coclear e Prótese Auditiva Ancorada ao Osso, Sabrina Figueiredo.

    Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural, ela reforçou que “hoje em dia a gente vê várias políticas avançando, mas ainda há muitos desafios.”

    A fonoaudióloga exemplificou: “Imagine precisar ir ao cinema ou mercado, mas não ter ninguém que te entenda. A disseminação da Libras ainda é um desafio. No Brasil, faltam pessoas com fluência nessa língua para atender a todos que precisam.”

    A importância disso, segundo ela, “é enorme”: “No âmbito de trabalho, para dar mais oportunidades, no âmbito social, para acesso à cultura e ao lazer, e mesmo na saúde, com profissionais que às vezes vão atender e não têm essa fluência.”

    “Quebrar essa barreira é um desafio e devemos estar disponíveis para isso”, afirmou.

    Sabrina Figueiredo explica que a população deficiente auditiva é plural, com diferentes graus de perdas e, consequentemente, com necessidades diferentes. “Como profissional de saúde a gente faz uma avaliação criteriosa para entender o que cada um precisa, Libras é muito importante para quem não se comunica com português oral.”

    Ao mesmo tempo, ela admite que isso dificulta a criação de políticas públicas para “atender a todos da forma adequada, é uma área complexa para trabalhar e tem de se haver cuidado.”

    Variação da Libras

    Há diferentes formas da Libras, mesmo dentro do Brasil. Sabrina contou que o sinal para a palavra faculdade, por exemplo, é diferente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

    “Entre as cidades, há variações, que seriam o ‘sotaque’, assim como palavras que usam no Sudeste e no Nordeste, que são diferentes.”

    Da mesma forma, se uma pessoa com deficiência auditiva tiver que viajar para fora do país, “vai ser exatamente como alguém que fala português e viaja para a Rússia.”

    “A língua de sinais de cada país tem uma base diferente dependendo de como foi fundada, aqui a inspiração foi francesa.”

    A especialista defende que as pessoas busquem cursos, muitas vezes gratuitos e até aplicativos, para aprender Libras. “Cada lugar que uma pessoa se dispor a ter acesso à língua de sinais, abre porta para um grupo de pessoas que provavelmente não estaria ali”.