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    Dia dos Povos Indígenas: novo nome abandona termo inapropriado, diz secretário

    À CNN Rádio, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas Eloy Terena explicou motivos para troca de nomenclatura do “Dia do Índio”

    Amanda Garciada CNN

    Todo 19 de abril marca o Dia dos Povos Indígenas, que até o ano passado era conhecido como Dia do Índio.

    Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas Eloy Terena explicou qual a importância da alteração, que se deu no ano passado.

    “Ela vem para dar resposta à reivindicação do movimento indígena, já que o termo índio, embora seja usado desde o século passado, no decorrer do tempo, se viu inapropriado”, disse.

    Ele lembra que “índio” remete “a quem vive na Índia”: “Quando Cristovão Colombo chegou à América, achou que estava na Índia.”

    “O mais apropriado é indígena, que é correspondente ao nativo e originário daquele lugar, fortalece a identidade étnica e pertencimento a esta nação”, completou.

    O secretário destacou que o último Censo, de 2010, apontou a existência de 305 povos, “cada qual com a sua língua, cultura, sistema político, isso é riqueza para o país.”

    Na avaliação de Eloy Terena, a criação do ministério dos Povos Indígenas sob o governo Lula é um “momento importante.”

    “Quando olhamos para o desenvolvimento histórico da política indigenista no país, ela sempre foi marcada por relação autoritária do Estado com os povos originários”, disse.

    Agora, porém, o “ministério dá a oportunidade para execução de política indigenista ser feita pelos próprios indígenas”, com os principais cargos sendo ocupados justamente por indígenas.

    Uma grande pauta da pasta, segundo o secretário, é a demarcação territorial, mas, também, “estamos estruturando o ministério para que contenha programas voltados a outros direitos, como acesso à justiça, educação bilíngue e saúde.”

    Ele lembra que os povos indígenas isolados são os que mais sofrem com violências e, portanto, há uma diretoria dentro do ministério para tratar sobre esse tema.

    “Há terras, como a yanomami, que precisam de atenção urgente do estado, precisamos de orçamento junto ao governo federal para implementar mudanças”, concluiu.

    *Com produção de Isabel Campos

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