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    Dia do Pantanal: Bioma já teve 29% da área queimada

    A área registrou, até o dia 11 de novembro, 21.752 focos de incêndio, que indicam pontos de queimadas

    Giovanna Bronze, , da CNN, em São Paulo

    No dia 12 de novembro é comemorado o Dia Nacional do Pantanal, conforme iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A decisão foi aprovada em 2008.

    A data foi escolhida para homenagear o ambientalista Francisco Ancelmo de Barros, segundo a pasta. Em 12 de novembro de 2007, ele ateou fogo no próprio corpo para protestar contra a instalação de usinas de álcool no Pantanal. 

    Contudo, apesar da celebração anual, o bioma enfrenta em 2020 um dos piores anos com relação à preservação. De acordo com o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área registrou, até o dia 11 de novembro, 21.752 focos de incêndio, que indicam pontos de queimadas.

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    Esse é o maior número já registrado no Pantanal desde o início do monitoramento, em 1998. Até então, o ano com mais queimadas havia sido 2005, com 12.536. Para 2020, o aumento registrado foi de 73,5%. 

    Apenas neste ano, o Pantanal perdeu 29% de área, que se estende pelos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgados em nota técnica emitida em 11 de novembro.

    Segundo o monitoramento do Lasa, as queimadas consumiram mais de 4.344.000 hectares entre janeiro e o dia 9 de novembro de 2020. O total do bioma ocupa 15.692.200 hectares do Brasil, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019.

    Somente em 2020, a área devastada no Pantanal corresponde a mais de 6 milhões de estádios do Maracanã, a quase duas vezes o estado de Sergipe e um estado e meio do Alagoas. Em outro ângulo, a área corresponde a 28 vezes a cidade de São Paulo, 34 vezes a do Rio de Janeiro e 87 vezes a de Porto Alegre.

    De toda a região queimada, segundo o Lasa, 2.400.000 hectares foram devastados no Mato Grosso e 1.944.000, no Mato Grosso do Sul.

    Em 2019, a área queimada entre janeiro e 9 de novembro foi de 2.374.000 hectares. Assim, os incêndios devastaram 82,98% mais em 2020 do que no ano anterior. 

    O levantamento do laboratório da UFRJ é feito com base no Sistema Alarmes (Alerta de Área queimada com Monitoramento Estimado por Satélite), protótipo desenvolvido com o Instituto Dom Luiz da Universidade de Lisboa, para estimar em tempo quase real a área queimada. A instituição afirma que o levantamento tem margem de erro de cerca de 20%.

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