Desmatamento na Amazônia cai 31% enquanto cerrado sofre com aumento da destruição
Levantamento considera dados coletados entre os meses de janeiro e maio de 2023 em comparação com o mesmo período nos últimos anos
Os alertas de desmatamento na Floresta Amazônica, ao longo dos cinco primeiros meses de 2023, caíram 31% se comparados ao mesmo período de 2022. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em outra linha, segue tendência inversa a destruição do cerrado. Este bioma apresentou um aumento de 35% nos alertas de desmatamento de janeiro a maio deste ano; 83% se comparados apenas os meses de maio de 2022 e 2023.
Os dados foram apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira (7). Segundo representantes da pasta, para combater o desmatamento, o governo federal já aplicou mais de R$ 2,23 bilhões em multas na Amazônia em 2023 — aumento de 160% com relação a 2022.
O secretário-executivo do Meio Ambiente, João Capobianco, vê os dados relativos à Amazônia como “relevantes” e “positivos”. Ainda segundo Capobianco, a meta estabelecida para a redução do desmatamento é “o menor número possível”. “Desmatamento zero”, disse o secretário.
Conforme o secretário-extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, há uma estimativa de que mais da metade do desmatamento no cerrado tenha sido autorizado por órgãos ambientais estaduais, o que dificulta o monitoramento.
“Os estados estão administrando o cadastro e têm condições de embargar. Vamos ter um trabalho importante no âmbito do CAR [Cadastro Ambiental Rural] para identificar se é autorizado ou não. Nosso desafio, agora, é sincronizar os dados. O Ibama não pode multar em cima de áreas que os estados já fizeram autorização”, disse Lima.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o instituto solicitou a 24 municípios que são responsáveis por mais da metade do desmatamento no cerrado um levantamento das autorizações para desmatamento ao longo dos últimos quatro anos.