Desmatamento: Amazônia Legal tem perda média de 1,5 milhão de árvores por dia
Dados são atualizados em tempo real pelo painel Plena Mata. Só este ano, já foram desmatadas mais de 474,8 milhões de árvores na região da Amazônia Legal
Mais de mil árvores são desmatadas por minuto na Amazônia Legal em 2021, segundo o painel Plena Mata, um monitor da floresta que utiliza dados do MapBiomas, com base na média do desmatamento diário detectado pelo DETER/INPE.
O painel, que contabiliza em tempo real as árvores derrubadas por ação do homem, aponta que já foram mais de 474,8 milhões de árvores desmatadas no país, apenas neste ano. Isso corresponde a um desmatamento de mais de 792 mil hectares. Por dia, em média, são destruídas mais de 1,5 milhão de árvores. E a perda diária é de 2.697 hectares de floresta.
O mês de outubro, deste ano, apresentou a maior quantidade de área desmatada da Amazônia Legal, na comparação com o mesmo período desde 2017. Foram 109.083 hectares desflorestados. No acumulado do ano, 2021 já superou o desmatamento do ano passado, mas ainda está um pouco abaixo em relação ao ano de 2019. Já na comparação aos anos de 2018 e 2017, o ano presente já contabilizou ao menos o dobro do desmatamento da Amazônia Legal registrado nos outros anos citados.
A Amazônia Legal é um território que compreende nove estados do Brasil (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). Tendo em vista os altos índices de desmatamento, o Consórcio da Amazônia Legal assinou no último sábado (6) um memorando de entendimento com um consórcio internacional mirando a redução de carbono e a consequente proteção das florestas.
O objetivo da coalizão é parar o desmatamento ajudando financeiramente a proteção de florestas tropicais em grande escala.
Recentemente, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de São Paulo (USP) publicaram um estudo em que aponta que o desmatamento em larga escala da Amazônia, somado ao aquecimento global, pode elevar as temperaturas na região em até 11,5ºC e colocar a vida, a natureza e a economia sob extremo risco.
Temendo um desgaste da imagem ambiental do país no exterior, o governo federal anunciou no início, do mês, que pretende antecipar para 2027 ou 2028 a atual meta de zerar o desmatamento ilegal no país.
Atualmente a proposta é atingir o objetivo até 2030. Porém, para conseguir de fato antecipar esta meta, é preciso avançar de forma substancial no combate ao desmatamento, que segue avançando de forma rápida e contínua no país.