Desabamento em Capitólio (MG) foi desastre natural inevitável, afirma geóloga
Joana Sanches, da Universidade Federal de Goiás, aponta que mapeamento de risco podem identificar locais de futuras quedas
Após a tragédia em Capitólio (MG) que deixou 10 mortos no sábado (8), autoridades devem discutir na segunda-feira (10) normas técnicas de segurança para decidir como ficará a região do Lago de Furnas.
À CNN, a geóloga Joana Sanches, doutora na área de mapeamento da Universidade Federal de Goiás (UFG), disse que foi um desastre natural que iria acontecer de qualquer forma.
“A rocha pode ceder. Se existisse avaliação técnica, poderia ter sido remediado um pouco, mas, no momento, devemos nos preocupar com as vítimas”, disse.
Ela explica que o local cedeu por conta dos aumentos da chuva e de uma fratura que já havia provocado uma separação da parede.
A geóloga aponta que a área deveria estar interditada por conta das cabeças d’água e das fortes chuvas. Mas “tudo foi uma fatalidade”, na opinião dela.
Em coletiva de imprensa neste domingo (9), o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo, informou que haverá uma reunião para discutir normas técnicas de segurança.
Joana Sanches diz que o que deve ser feito agora é uma análise com drone medindo as fraturas e vendo se há risco de outros deslizamentos.
“Haverá um análise do tamanho, se estão preenchidas por solo ou por água. Deve haver um mapa geológico de risco para medir o local de possíveis novas quedas”, explica.
A pesquisadora comenta que essa tragédia foi excepcional, porque, apesar de quedas serem comuns, o tamanho do bloco que desabou foi um evento isolado.
“Infelizmente essa tragédia aconteceu, mas agora a gente espera que as pessoas entendam que é necessário realizar análises técnicas de paredões em pontos turísticos”, disse Joana Sanches.
Segundo a especialista, as medidas de segurança precisam vir dos governos. “O nosso papel não é proibir, mas restringir em certos eventos climáticos”, comenta.
“Daqui para frente, a gente precisa montar um esquema nacional para existir avaliações para não existir o risco de morte.”