Depois da vacina, todo mundo vai querer se divertir, diz CEO da Holding Clube
“Não tem como promover grandes eventos e passar segurança para as marcas se atrelarem a eles antes da vacina”, diz Márcio Esher, CEO do Holding Clube

Mega shows, carnaval, festas badaladas. Nada disso deve voltar a ocorrer antes da vacina contra o coronavírus. A previsão não é de um infectologista, mas de quem organiza alguns dos maiores eventos brasileiros.
“Não tem como promover grandes eventos e passar segurança para as marcas se atrelarem a eles antes da vacina”, disse em entrevista exclusiva ao CNN Líderes, Márcio Esher, diretor de operações da Holding Clube, grupo que reúne oito empresas de live marketing.
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Em algumas cidades, como São Paulo, já estão permitidos eventos com centenas de pessoas desde que seguidos os protocolos, mas o executivo conta que as empresas não se sentem confortáveis a promover ou patrocinar algo que pode provocar aglomerações e disseminar a doença.
Com 30 anos de existência, a Holding Clube organiza eventos badalados como o Camarote número 1 (antigo Camarote Brahma) na Sapucaí e o réveillon de Itacaré na Bahia. Segundo Esher, o réveillon de Itacaré está cancelado e um carnaval fora de época ainda indefinido.
“Não faremos o réveillon de Itacaré neste ano. Sabemos que outros grupos planejam eventos na virada do ano no Nordeste tentando respeitar um certo protocolo. Mas que, na prática, é muito difícil de obedecer”, afirmou.
Ele disse existem planos de Carnaval fora de época no segundo semestre de 2021 em algumas cidades. O evento no Rio de Janeiro, contudo, segue indefinido, não só por causa da pandemia, mas também porque os preparativos das escolas de samba foram muito afetados.
Escher conta que a Holding Clube teve seus negócios totalmente paralisados por quatro meses e vem retomando aos poucos, com focos em lives e outros eventos virtuais, que antes não chegavam a 10% do faturamento. Para se adequar, o grupo teve que fazer demissões e fechar escritórios.
Mas o executivo está otimista com o segundo semestre de 2021. “O brasileiro está carente de uma festa. Existe uma demanda reprimida. Depois da vacina, teremos um efeito revanche. Todo mundo vai querer se divertir”, afirmou.
