Depoimentos dos acusados de assassinar Bruno e Dom são adiados
Adiamento foi feito pela defesa dos réus, que, agora, irão depor no dia 8 de maio
Os três réus acusados de assassinar o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira tiveram seus depoimentos adiados a pedido da defesa.
Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, atualmente mantidos em presídios federais, seriam ouvidos nesta segunda-feira (17) por videoconferência.
Amarildo é conhecido como “Pelado”, enquanto Oseney é apelidado de “Dos Santos” e Jefferson, de “Pelado da Dinha”.
Os três e se tornaram réus na Justiça em 22 de julho de 2022 pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os homens foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por participação nas mortes.
À CNN, o Tribunal Regional Federal, subseção Judiciária de Tabatinga, confirmou o adiamento. A defesa dos réus solicitou o adiamento porque o encontro com os advogados nos presídios deve ser gravado de maneira reservada. Com isso, os depoimentos estão marcados para o dia 8 de maio.
Sobre o caso
O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram em junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Após dias de buscas, os corpos foram encontrados no dia 15 de junho e depois identificados, nos dias 17 e 18. De acordo com a perícia realizada, Bruno e Dom foram assassinados com armas de caça.
Após as reconstituições e investigações do caso, a Polícia Federal afirmou que o traficante Rubens Villar, conhecido como “Colômbia”, foi o mandante dos assassinatos.
Pelas mortes do indigenista e do jornalista, foram indiciados Amarildo, Jefferson e Oseney, após denúncia do MPF, em junho de 2022, e que agora segue na justiça.
Segundo a denúncia do MPF, Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto depoimentos das testemunhas confirmaram a participação de Oseney.
“Com vontade e consciência dos fatos, mataram, por motivo fútil, mediante emboscada e recurso que dificultou a defesa do ofendido”, consta a denúncia. Ainda segundo o documento, Bruno Pereira teria abordado Amarildo, o “Pelado”, por pesca ilegal dentro de território indígena.
“Os elementos colhidos no curso das apurações apontam que, de fato, o homicídio de Bruno teria correlação com suas atividades em defesa da coletividade indígena. Dominic, por sua vez, foi executado para garantir a ocultação e impunidade do crime cometido contra Bruno”, escreveu o órgão.
(Publicado por Gustavo Zanfer, com informações de Giovanna Bronze e Gabriele Koga)