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    Dengue: pico da doença deve ser em abril ou maio, afirma infectologista

    Médico Julio Croda explica que condições climáticas ajudam no aumento de casos

    Bianca CamargoDuda Cambraiada CNN

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (31), o médico infectologista da Fiocruz e professor da UFMS, Julio Croda, aponta que o pico de casos de dengue no país deve ser alcançado entre abril e maio. Nas quatro primeiras semanas do ano, os casos da doença mais que triplicaram no Brasil em relação ao mesmo período de 2023.

    O médico explica que o inverno atípico que algumas cidades viveram no último ano, com altas temperaturas, favoreceu a manutenção da transmissão da doença. “As mudanças climáticas são responsáveis pelos aumentos do caso”, afirma o infectologista.

    Croda acredita que possa haver um aumento de casos nas próximas semanas e enfatiza a importância de acabar com os focos dos mosquitos. “A gente tem uma única estratégia de prevenção que é o controle vetorial, a maioria dos focos do mosquito são focos intradomiciliares e é muito difícil convencer a população de eliminar esses focos”.

    “Nós temos inovações importantes, temos a vacina, com doses limitadas, temos o método Wolbachia, que o ministério da Saúde fez um investimento importante, mas ainda é muito pouco no Brasil”, diz o pesquisador.

    Vacina contra a dengue

    A vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) começa a partir de fevereiro em 521 municípios brasileiros. Serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue.

    O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público.

    A vacina funciona melhor para quem já teve dengue e para o sorotipo 2. Essa vacina foi escolhida para essa faixa etária devido aos riscos da doença em adolescentes. É uma vacina que precisa de duas doses e garante a proteção por 57 meses”, explica Julio Croda.

    Mesmo 2024 registrando o pior cenário de dengue do Brasil, o infectologista acredita que a vacina “vai trazer um impacto importante para os números de casos e óbitos”.

    Sintomas

    As estimativas do Ministério da Saúde apontam que o Brasil pode chegar a 5 milhões de casos de dengue ainda este ano. Entre as justificativas para esse número de ocorrências estão o calor intenso, o grande volume de chuvas e a recirculação dos sorotipos 3 e 4 do vírus que causa a doença.

    Julio Croda explica que os principais sintomas da fase inicial da doença são febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e, eventualmente, manchas vermelhas na pele. “A pessoa precisa procurar o serviço de saúde para verificar sinais de alarme”.

    “Vômitos persistentes, dor abdominal intensa, hipertensão e confusão mental são sinais que indicam uma maior gravidade e uma necessidade de internação hospitalar para hidratação intravenosa. Os serviços de saúde precisam se organizar para aguentar a alta demanda. Evitar o óbito é serviço do poder público”, afirma.