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    Déficit da Polícia Civil paulista ultrapassa 15 mil policiais

    De janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021, a Polícia Civil paulista passou de um déficit de 13.553 para 15.032

    Viaturas da Polícia Civil do estado de SP
    Viaturas da Polícia Civil do estado de SP Ciete Silvério/Governo do Estado de SP

    Bruna Macedoda CNN

    Em São Paulo

    O déficit na Polícia Civil de São Paulo ultrapassou a barreira de 15 mil policiais pela primeira vez desde que o levantamento mensal começou a ser realizado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), em outubro de 2017.

    O índice atingiu o pior nível de sua história em um momento em que o estado convive com ações deflagradas pelo crime organizado por todo o interior paulista, conhecidas como “novo cangaço”, segundo Raquel Galinatti, presidente do Sindpesp.

    Ainda de acordo com o sindicato, o déficit aumentou vertiginosamente durante o governo João Doria. De janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021, a Policiai Civil passou de um déficit de 13.553 para 15.032. Ou seja, uma perda de 1.479 policiais.

    “Sem um investimento consistente e urgente, a Polícia Civil de São Paulo entrará em colapso”, avalia Raquel.

    Para a delegada, a falta de investimento na Polícia Civil fica evidente pelo déficit, sucateamento das estruturas como delegacias, viaturas e armamentos e pelos salários pagos aos policiais, que hoje são os menores entre todos os estados do Brasil: “Quem fica desprotegida por essa política de sucatear a polícia é a população. Crimes que poderiam ser evitados antes do primeiro tiro com uso de inteligência e tecnologia aterrorizam os paulistas.”.

    Entre os delegados, dos 4.463 cargos existentes, apenas 2.549 estão ocupados.

    E em números absolutos, a carreira onde faltam mais profissionais é a de investigador, com déficit de 3.648 postos.

    De acordo com o sindicato, a causa desse déficit é que “os policiais vão aposentando, pedindo exoneração e o governo não preenche as vagas, por exemplo, não promovendo concursos ou autorizando o início dos recém aprovados: “os aprovados de 2017 estão esperando até hoje poder começar a trabalhar”.

    A SSP se pronunciou por meio de nota e diz que valoriza o trabalho dos policiais.

    “A Secretaria da Segurança Pública, desde o início da atual gestão, tem adotado medidas para valorizar e reconhecer o trabalho dos policiais, bem como recompor o efetivo das instituições, impactado principalmente para ausência de concursos em anos anteriores. Desde 2019, mais de 2.200 policiais civis já foram contratados e estão atuando em todo o Estado. Além destes, outros 81 estão em formação na Acadepol e, nesta quinta-feira, foi autorizada a contratação de mais 2.750 policiais civis.

    Em respeito a compromisso de recuperar os vencimentos dos agentes de segurança estaduais, ainda em 2019, o governo concedeu um reajuste salarial e um estabeleceu um pacote de valorização profissional. Paralelamente, ampliou em 50% o bônus por resultados. Somadas, essas iniciativas geraram um impacto de R$ 1,5 bilhão no orçamento estadual.”