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    Defesa de Cabral vai recorrer para tentar reverter transferência de presídio

    O ex-governador e outros seis policiais militares foram alvos de fiscalizações e terão de obedecer uma determinação de transferência para Bangu 1 e 10 dias de reclusão

    Pedro DuranBeatriz Puenteda CNN

    A defesa do ex-governador Sérgio Cabral quer tentar reverter a transferência determinada pelo corregedor dos presídios no TJ-RJ nesta terça-feira (3). O primeiro passo da defesa será recorrer no TJ-RJ, com a tentativa de convencer um desembargador a derrubar a determinação da transferência.

    O advogado de Cabral, Daniel Bialski, disse à CNN que um recurso será feito para que ele não fique na penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1).

    Em nota, a advogada Patrícia Proetti já havia demonstrado surpresa com a decisão do juiz Bruno Monteiro Rulière. “É com absoluta perplexidade que recebemos a informação, pela imprensa, da decisão de transferência do ex-governador para um presídio de segurança máxima sem haver, sequer, um processo administrativo disciplinar para elucidação dos fatos narrados. Como se não bastasse, o descumprimento dessa garantia básica impediu a defesa de ter acesso formal às informações veiculadas, apesar dos pedidos dirigidos ao juízo prolator da decisão, bem como as razões que embasam e justificam tal determinação”, afirma o texto.

    Patrícia defende não só Cabral, mas também o tenente-coronel Cláudio Oliveira, preso depois do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 2011.

    Oliveira era próximo de Cabral no Batalhão Prisional da PM, em Niterói. Os dois dividiam uma geladeira e estavam juntos na área externa do presídio quando a fiscalização chegou. Na mesa em que eles estavam foi aprendido um caderno de contabilidade com gastos com serviços, inclusive delivery de restaurantes, que ultrapassam R$50 mil.

    Restrições severas

    A CNN conversou com pessoas que conhecem o sistema prisional e todos apontaram que as realidades do BEP, em Niterói, e de Bangu 1 são opostas. No presídio da Polícia Militar, Cabral ficava em uma área segregada para os PMs de patente mais alta.

    Ele também tinha as chaves da própria cela, comida importada e até entregas de restaurante, segundo o apontamento de irregularides da Vara de Execuções Penais. O despacho do juiz ainda diz que Cabral tinha um chuveiro extra na cela e piso emborrachado.

    Em Bangu 1, as restrições são bem mais severas e incluem limitações em relação ao banho de sol e às visitas. Destino de presos perigosos, a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino tem em suas dependências chefes de facções criminosas, ladrões de banco e assassinos.

    Até por isso, Cabral e os PMs ficarão em uma área segregada, mesmo depois dos dez dias de reclusão.

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