Cúpula de calor: temperaturas podem chegar a 45,5ºC no país; entenda o fenômeno
As regiões Sul, Centro Oeste e Sudeste do país serão as mais afetadas
Os índices históricos de altas temperaturas em solo brasileiro devem ser reescritos nos próximos dias. À CNN, a meteorologista Estael Sias explicou o que é o fenômeno “cúpula de calor”, que deve provocar temperaturas de até 45,5ºC, segundo a MetSul Meteorologia, em alguns pontos das regiões do país. A especialista prevê ainda que “as temperaturas extremas que acontecerão nestas semanas, provavelmente não se repetirão nos meses de verão”.
“A cúpula de calor se trata de um bloqueio atmosférico, associado a um sistema de alta pressão atmosférica em altos níveis. Além disso, ele gera uma corrente de vento de cima para baixo, que impede a formação de chuvas e que tenha alguma instabilidade. Ela também acaba gerando superaquecimento em superficie e intensificando o ar seco”, explica.
E acrescenta: “Passamos por um inverno seco e, portanto, este período prolongado acaba trazendo este efeito para a primavera. No verão, a chuva começa a acontecer de forma regular. Acredito que as maiores temperaturas de 2020 irão acontecer nestes próximos dias por conta deste tempo seco.”
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No Sudeste, os termômetros em São Paulo podem registrar nesta quinta-feira (1º) temperaturas recordes caso se confirme a previsão do tempo para a cidade. A expectativa é pela temperatura mais alta registrada desde 1943, quando começaram as medições oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“A gente vem de um cenário de muitos meses de tempo seco nas Sul, Centro Oeste e Sudeste. E culmina, nesta semana, com um período muito severo. (…) Ontem já tivemos marcas de temperatura na faixa de 44ºC em Mato Grosso, por exemplo. Isso só muda quando tivermos uma instabilidade que seja capaz de levar chuva forte na intensidade que possa quebrar este sistema de bloqueio atmosférico.”, afirma.
A especialista ainda que há previsão para chuva em alguns pontos do Sudeste. No entanto, não será forte o suficiente para ‘quebrar’ o bloqueio formado pela cúpula. Além disso, Estael alerta para os riscos das altas temperaturas.
“Esta semana [a instabilidade] não vai acontencer. Até vai chover, de fato, em algumas partes do Sudeste no fim de semana, mas esta instabilidade não tem força para avançar pelo interior do Brasil”, ressalta. E finaliza: “Não é só temperatura alta [que é um alerta]. A umidade relativa de ar tem até menos de 10%. É uma combinação muito perigosa, que além de trazer desconforto e oferecer risco à saúde, intensifica a condição meteorológica favorável às queimadas.”
(Edição de texto de Luiz Raatz)