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    Cúpula da Amazônia foi primeira coalização global por florestas, avalia especialista

    À CNN Rádio, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) avalia que o encontro em Belém (PA) nesta semana representa um esforço inédito para a preservação das florestas tropicais

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Cúpula da Amazônia
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Cúpula da Amazônia Filipe Bispo/picture alliance via Getty Images

    Ricardo Gouveiada CNN

    Em São Paulo

    A Cúpula da Amazônia chegou ao fim nesta quarta-feira (9) depois de dois dias de conversas que levaram à assinatura da Carta de Belém. Nem todos os oito países dos quais a floresta faz parte concordaram nos mesmos pontos sobre as metas de redução de desmatamento ou exploração de petróleo na região. 

    No entanto, o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, já considera que o esforço realizado pelos chefes de estado foi sem precedentes.

    Vídeo: Análise: O resultado das negociações da Cúpula da Amazônia

    “Este é um momento muito importante na história das florestas tropicais, porque é a primeira vez que ocorre essa coalização de nível global com uma preocupação conjunta de proteção e financiamento de um sistema voltado à sustentabilidade que mantenha essas florestas em pé, mas dentro de um processo de desenvolvimento econômico”, avaliou em entrevista à CNN Rádio.

    “A região amazônica é gerida por oito países diferentes. O fato de esses países se reunirem para fazer uma gestão compartilhada é muito importante.” 

    Por outro lado, o presidente do Proam pondera que a Carta de Belém ainda é mais um documento de intenções do que de ações para erradicar o desmatamento. 

    Carlos Bocuhy considera que a meta de desmatamento zero até 2030 fez do Brasil o país mais proativo da Cúpula, mas ressalta que os próximos anos serão de muito trabalho para concretizar estes planos. 

    É claro que, até mesmo para o Brasil, instalar uma política que permita o atingimento dos objetivos vai demandar ações muito firmes contra as principais causas”, afirmou Bocuhy, que lembrou que “76% do nosso desmatamento se dá por conta da expansão do sistema agropecuário sobre a floresta – a criação de gado – e o segundo ponto é a grilagem de terras.”  

    O especialista ressaltou que a meta de desmatamento zero precisa ser colocada em prática o mais breve possível para evitar que a floresta atinja o chamado “ponto de não retorno”.  

    Um levantamento apresentado pela rede colaborativa MapBiomas durante a Cúpula aponta que se o desmatamento atingir 20% da Amazônia, a floresta toda entra em colapso para se tornar uma savana. O estudo alerta que 17% da vegetação amazônica já foi devastada.