Crivella prevê ‘semana mais difícil’ para o Rio e pode fechar vias na cidade
Prefeito da capital fluminense relata dificuldade do estado em comprar respiradores e cogita restringir circulação
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou em entrevista coletiva neste domingo (3) que a próxima semana será a mais tensa desde o início da pandemia da COVID-19 para a rede de saúde do município.
A falta de equipamentos como respiradores e tomógrafos impede que os pacientes sejam atendidos de forma adequada. Crivella fez um apelo para que as pessoas, especialmente as que têm comorbidades, fiquem em casa.
De acordo com a prefeitura, considerando toda a rede SUS na cidade – que inclui unidades de saúde da Prefeitura, estaduais e federais -, a taxa de ocupação dos leitos destinados ao atendimento de infectados pelo novo coronavírus já está em 92%.
“Essa semana é a que mais nos preocupa. Por que? Porque se acelerou o número de contágio e as pessoas precisam dos hospitais. Nós aguardávamos, já há bastante tempo, ajuda de outros entes, o que até agora não ocorreu”, disse o prefeito.
Crivella afirmou que o estado está com dificuldade de conseguir equipamentos como respiradores e que os comprados pela prefeitura chegam nesta semana. A estimativa do prefeito é que com 80 novos respiradores possam ser abertos mais 400 leitos de UTI no Rio.
“Temos notícia de que o estado não está conseguindo os equipamentos necessários e os nossos só chegam ao longo dessa semana. Essa semana para nós talvez seja a semana mais decisiva, a mais difícil, a mais angustiosa”, afirmou Crivella.
Distanciamento social
Embora tenha dito que os especialistas do município não estudam implementar medidas como um “lockdown” ou “shutdown” (fechamento completo da cidade), o prefeito admitiu que cogita monitorar e até fechar algumas vias da zona oeste, onde a população não tem respeitado a recomendação de distanciamento social. A taxa de isolamento na cidade está abaixo de 50%.
Crivella afirmou que cogita fechar os calçadões comerciais de Bangu, Santa Cruz e Campo Grande, também na zona oeste do Rio, onde estão ocorrendo aglomerações.
A Prefeitura do Rio vai entrar na Justiça para impedir que o Jockey Club da cidade realize corridas de cavalos. Segundo Crivella, a população fica aglomerada em lojas de apostas, o que vai contra as medidas de isolamento.