Covid-19 na China, guerra na Ucrânia e juros nos EUA agitam mercados nesta terça
Quarta rodada de negociações entre a Rússia e Ucrânia deve ser retomada após ter sido interrompida ontem sem avanços nas discussões
Os mercados operam nesta terça-feira (15) de olho nos lockdowns na China, nos desdobramentos do conflito na Ucrânia e nos movimentos de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
No exterior, os futuros americanos operavam em queda nesta manhã, refletindo temor sobre aproximação entre Rússia e China na guerra, a estratégia “zero-Covid” da China e na expectativa de alta nos juros dos EUA.
Nesta terça (15), a quarta rodada de negociações entre a Rússia e Ucrânia deve ser retomada após ter sido interrompida ontem sem avanços nas discussões.
Na véspera, depois da reunião entre China e Estados Unidos em Roma, o conselheiro de segurança do governo Biden disse que os Estados Unidos estão preocupados com o alinhamento da China com a Rússia. E o governo americano sinalizou que vai impor sanções à China se os chineses de fato apoiarem a Rússia.
Moscou nega que tenha pedido ajuda à China, e o ministério das relações exteriores do país classificou as notícias sobre suposto apoio à Rússia como “desinformação”.
Além da tensão com a China, também pesa sobre o mercado americano a expectativa sobre a decisão de juros de amanhã.
Com a esperança de algum avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia de ontem e hoje, analistas acham que o Fed – o banco central americano – pode dar peso maior á inflação do que à atividade econômica.
A expectativa é que os juros subam 0,25 ponto, mas o Fed pode fazer sinalizações mais duras no comunicado.
Por fim, o avanço dos lockdowns na China ajuda a derrubar os índices. O país registra o pior surto da doença desde o começo da pandemia.
As bolsas derreteram na Ásia e já acumulam quedas de 10% na semana. O lockdown afeta cidades como Shenzen, que representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês e abriga companhias globais de tecnologia como Foxconn, uma das principais fornecedoras da Apple.
Na Europa, bolsas caem refletindo temor com avanço da Covid-19 na Ásia e guerra na Ucrânia.
Brasil
No Brasil, a bolsa caiu pelo terceiro pregão seguido, puxada pelas commodities, que caíram forte ontem, com lockdowns na Ásia e perspectiva de aumento de juros americanos trazendo expectativa de demanda mais fraca.
A sinalização de maior produção de petróleo também derrubou o preço da commodity, que caiu mais de 5% ontem e hoje aprofunda as quedas. O barril brent está perto dos US$ 98, lembrando que na semana passada chegou a quase US$ 140. Na segunda, a Vale caiu mais de 5%, e a Petrobras, quase 2%. Petrobras e Vale têm juntas peso de 28% na bolsa.
Apesar da trégua do Petróleo, e as discussões sobre como conter aumento dos combustíveis seguem. Analistas veem com preocupação medida aventada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre isenção de impostos federais sobre gasolina, que pode ter impacto de R$ 27 bilhões.
Índices
Agenda do Dia
No Brasil, os balanços seguem com destaque para construtoras, CVC e YDQUS.