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    Corpo de Dom Pedro I está há 50 anos longe de Portugal; saiba onde ele está

    Dia 7 de Setembro se completa meio século em que os restos mortais do primeiro imperador do Brasil estão em São Paulo

    Monumento à independência, em São Paulo
    Monumento à independência, em São Paulo wsfurlan / Getty Images

    Ingrid Oliveirada CNN

    O corpo do primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I, completa no próximo dia 7 de Setembro, 50 anos na Cripta Imperial, localizada no Parque da Independência, bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo.

    Ao proclamar a Independência, em 1822, o então príncipe regente tornou-se imperador do Brasil durante 9 anos, abdicando o trono em favor de seu filho, D. Pedro II, em 7 de abril de 1831. Na época, D. Pedro II tinha cinco anos.

    Pouco tempo depois, Dom Pedro I morreu em terras portuguesas em decorrência de uma tuberculose no ano de 1834.

    Ele foi enterrado no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa — local em que estão os restos mortais de todos os reis de Portugal da linhagem Bragança.

    Após uma série de tratativas, o coração de Dom Pedro I em Porto, e o corpo no Brasil. Isso porque, segundo o presidente da Câmara Municipal de Porto (PT), Rui Moreira, o imperador havia pedido à mulher que seu coração embalsamado fosse doado à cidade.

    Seria uma forma agradecimento pela resistência da população durante o Cerco do Porto (1832-1833), que permitiu a vitória dele em cima de seu irmão Dom Miguel, que à época queria reinar em Portugal.

    Os restos mortais então, chegaram ao Brasil em 1972 em meio às comemorações de 150 da Independência, de acordo com o Museu da Cidade de São Paulo.

    Cripta Imperial

    A Cripta Imperial, localizada em São Paulo, guarda os restos mortais do Imperador Dom Pedro I, da sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina e da segunda esposa, Dona Amélia de Leuchtenberg.

    Até 1959, o local ainda era um memorial chamado Capela Imperial. O processo de construção do interior da Cripta começou a ser feito em 1953. O corpo da Imperatriz Leopoldina foi o primeiro a ser depositado em 1954.

    Em 1972, o local se tornou sagrado com a vinda dos restos mortais de D. Pedro I e, por último, em 1984, os de Dona Amélia, segunda Imperatriz do Brasil.

    Cripta Imperial / dom pedro I
    Imagem registra parte interna da Cripta Imperial / Rovena Rosa/Agência Brasil

    O corpo dela foi trazido ao Brasil para atender a demanda da Imperatriz, que gostaria de ser enterrada ao lado do amado. 

    O memorial é gerido pelo Departamento dos Museus Municipais, órgão regulamentado pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) em 2016, que prioriza usar o termo Cripta Imperial

    Túmulo da imperatriz Maria Leopoldina na Cripta Imperial, localizada no Parque da Independência, Ipiranga
    Túmulo da imperatriz Maria Leopoldina na Cripta Imperial, localizada no Parque da Independência, Ipiranga / Rovena Rosa/Agência Brasil

    O lugar fica sob o Monumento à Independência, e as histórias de ambas as construções encontram-se entrelaçadas. O espaço está temporariamente fechado para visitação.

    Monumento à Independência

    O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira.

    O Governo do Estado de São Paulo organizou, em 1917, um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes.

    O projeto vencedor foi o do artista italiano Ettore Ximenes (1855 – 1926), cuja aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado.

    Na época, ele foi alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo de Independência.

    A maquete passou a contar com o episódio da Inconfidência Mineira (1789), a Revolução Pernambucana (1817), e as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 – 1838), Hipólito da Costa, Diogo Antonio Feijó e Joaquim Gonçalves Ledo — que articula o movimento de Independência.

    O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois.

    Coração de Dom Pedro I no Brasil

    O coração de Dom Pedro I andou de Rolls-Royce presidencial, foi escoltado pelos Dragões da Independência, subiu a rampa do Palácio do Planalto e contou com um show da Esquadrilha da Fumaça ao ser recebido com honrarias de chefe de Estado em solenidades na terça-feira (23), em Brasília.

    O órgão embalsamado desde a morte de Dom Pedro I chegou ao Planalto por volta das 17h. Subiu a rampa do palácio dentro de uma urna dourada carregada pelo chefe de polícia do Porto para ser recebido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

    O coração veio ao Brasil para as comemorações de 200 anos da Independência.