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    Conheça a origem do termo “sair do armário” e como ele ficou popular no Brasil

    Expressão “sair do armário” vem do inglês e tem origem no século 19, mas é usada até hoje por quem quer deixar clara a sua orientação sexual

    Parada LGBTQIA+ deve movimentar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões em 2022, segundo organizadores
    Parada LGBTQIA+ deve movimentar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões em 2022, segundo organizadores Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Rafael Câmarada CNN

    em São Paulo

    Você já parou para se perguntar de onde vem a expressão “Sair do armário”?

    A explicação é simples, vem da expressão americana “come out of the closet”. O que não é tão simples é entender por que entrou no vocabulário dos brasileiros para se referir a pessoa que quer se “assumir” gay.

    Uma outra expressão “skeletons in the closet”, “esqueletos no armário”, ajuda a gente a entender o motivo. Como a gíria era usada por quem escondia algo vergonhoso, isso parece, infelizmente, cair como uma luva, a uma comunidade (LGBT+) que precisa todos os dias reforçar o orgulho que sente deles mesmos.

    “O primeiro movimento é com a gente mesmo. A primeira saída do armário é para você mesmo e a segunda saída é para aquelas pessoas, que você acha importante e a terceira saída do armário é quando você torna isso público e com as redes sociais isso fica mais evidente”, explica o secretário executivo do Fórum das Empresas e direitos LGBT+, Reinaldo Bugarelli.

    Secretário executivo do Fórum das Empresas e direitos LGBT+, Reinaldo Bugarelli / Reprodução

    Quem pensa que essa “saída do armário” é definitiva está muito enganado, pois é possível escancarar essa porta, que sempre vai ter alguém que vai querer encostá-la novamente. Seja em casa, numa roda de amigos, ou principalmente no trabalho.

    Como o padrão dominante da sociedade é a heteronormatividade, as nossas relações são baseadas nesse “padrão”. Quem não se encaixa, como a comunidade LGBTQIAP+, está a todo momento desafiando esse sistema para simplesmente existir.

    “Você pode fazer isso para ajudar a sociedade, mas no mínimo a gente sai do armário para sobreviver, para dizer: Olha eu estou aqui, não passe por cima de mim né, não me ignore em uma política, em um processo, em um procedimento. Então, a todo momento, a gente precisa estar saindo do armário para se impor”, explica Reinaldo Bugarelli.

    Quem também precisa deixar a escuridão desse armário são as empresas, segundo o próprio Reinaldo, que diz que as companhias precisam enxergar essas pessoas e criar um ambiente seguro para que essa porta não tenha mais trancas.

    “O mundo empresarial brasileiro ainda é muito fechado para esse tema. Então, hoje você tem um conjunto de empresas que estão prestando a atenção no tema diversidade, equidade e inclusão. A empresa saindo do armário não quer dizer que é perfeita, o que tem um compromisso de querer apreender e interagir com essas questões”, diz Reinaldo Bugarelli.

    Avançar no caminho de querer aprender já é sem dúvida um grande passo. Em um passado não muito distante, sair do armário significava discutir a vida íntima. Com quem você divide a sua vida, ou melhor: com quem divide a sua cama.

    Hoje, sair do armário, seja em português, ou até mais chique se preferir gastar o inglês com o “come out of the closet”, é uma questão de cidadania, porque quanto mais pessoas quebrarem essa barreira podemos ter noção do tamanho que a comunidade tem e assim a força que ela carrega.

    Deixo claro aqui que não incentivo ninguém a “sair do armário” já que esse é um movimento particular, pois só quem está dentro dele pode saber o exato momento de deixá-lo. O que eu posso dizer, por experiência é que a vida aqui fora é muito mais clara.