Como são realizadas as votações nas sessões virtuais da Câmara dos Deputados
Objetivo da modalidade é evitar aglomerações no Plenário e permitir o prosseguimento de processos no país
Em razão da pandemia do novo coronavírus, em meados de março, a Câmara dos Deputados decidiu realizar sessões virtuais, a fim de não paralisar as atividades, mas de, ao mesmo tempo, não contribuir para a disseminação da doença. A casa vem realizando os eventos no chamado Plenário Virtual.
Para isso, foi criado o Sistema de Deliberação Remota (SDR), ligado ao banco de informações da Casa, que permite a realização das sessões com alguns deputados presentes e outros não. O mecanismo também autoriza o parlamentar a registrar presença na sessão e votar de maneira remota.
Ferramentas
Para que seja possível realizar essas sessões virtuais, os participantes precisam de duas ferramentas.
Uma delas é o aplicativo da plataforma Zoom, que permite a realização de videoconferências. Ele se popularizou no meio corporativo devido às medidas de isolamento.
Apesar de o Zoom poder ser utilizado em celulares, os deputados são aconselhados a acessá-lo em um computador. A Câmara afirma que esta é uma forma de garantir a qualidade da transmissão da sessão e deixar o smartphone livre para as votações que forem realizadas.
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Os parlamentares também precisam instalar o aplicativo Infoleg, desenvolvido pela Câmara dos Deputados, em seus smartphones ou tablets. Ele detalha as atividades legislativas da Casa, além de fornecer informações sobre deputados, sessões no plenário e reuniões nas comissões.
Também é através dele que ocorrem as votações. O aplicativo exibe para os deputados as opções “sim”, “não”, “abstenção” e “obstrução”.
Vale destacar que apenas os smartphones cadastrados pelos parlamentares têm acesso a essas informações, e a participação deles nas videoconferências é validada a partir de um link exclusivo enviado, a cada sessão, aos envolvidos. O deputado também precisa digitar uma senha pessoal para ter acesso.
Início da sessão
Com os aplicativos instalados, os parlamentares precisam registrar a presença nas sessões duas horas antes de elas começarem. O objetivo é vefificar se há o quórum necessário para a votação e resolver possíveis problemas técnicos.
No ambiente virtual, o único microfone ligado todo o tempo da sessão é o do presidente da Câmara – neste caso, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que conduz o evento direto do Plenário. Os áudios dos demais ficam desligado, o que não permite que os parlamentares conversem entre si. O microfone de cada um é ligado por Maia conforme a ordem de inscrição dos deputados.
As sessões são transmitidas ao vivo pela TV Câmara, Rádio Câmara pelo canal da Casa no YouTube.
Votação
Para votar durante uma sessão, o deputado precisa digitar uma senha, já que o voto é protegido por criptografia e conta com autenticação por dois fatores, dificultando fraude e/ou invasão.
No ambiente virtual, a sessão pode durar até uma hora, período durante o qual os parlamentares opinam sobre as propostas apresentadas.