Como funciona o “golpe dos nudes”
Organização criminosa fez ao menos 80 vítimas em todo o país
Uma operação realizada pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), prendeu 33 integrantes de uma organização criminosa conhecida por aplicar o chamado “golpe dos nudes” no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
De acordo com a polícia, os líderes da organização sustentavam luxos, adquirindo veículos estrangeiros, efetuando pagamentos à vista, além de realizarem gastos com viagens e com compras de terrenos e imóveis.
Vítima perdeu mais de R$ 100 mil
O grupo contatava homens passando-se por mulheres muito jovens e que se diziam menores de idade. Para isso, eram utilizados perfis falsos em redes sociais, para conseguir fotografias das vítimas nuas ou seminuas.
O esquema contava com uma grande quantidade de material, como fotos, áudios e vídeos de adolescentes aliciadas, que eram enviados às vítimas. Em seguida, os criminosos iniciavam uma série de extorsões. Para reforçar a farsa, eles se passavam por delegados de polícia do Rio Grande do Sul.
A segunda etapa do esquema incluía o recebimento de dinheiro, que era feito por pessoas também aliciadas pela organização. Os “laranjas” emprestavam contas e CPFs para depósitos bancários e eram remunerados pelas lideranças da organização.
De acordo com o delegado Rafael Liedtke, os suspeitos atraíam empresários, médicos e até políticos. “A investigação identificou 80 vítimas do golpe em todo o país, sendo que uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil”, disse o delegado.
A Polícia Civil gaúcha descobriu ainda, durante as investigações, que uma adolescente de 17 anos foi recrutada pela organização criminosa. A jovem tirava fotos de si mesma e recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens”, que eram usadas no esquema.
Os policiais não descartam a suspeita de que outras adolescentes, e maiores de idade, tenham sido aliciadas.
A organização criminosa ainda é investigada pelos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Lucas Rocha, Naira Zitei e Agência Estado)