Comerciantes protestam contra novas restrições em São Paulo
Fase vermelha estará em vigor em todo o estado das 20h às 6h todos os dias da semana e 24h aos fins de semana e feriados das próximas duas semanas
Após o anúncio do Governo de São Paulo sobre restrições no funcionamento do comércio e serviços não essenciais, representantes dos setores protestam contra as medidas. Um grupo promoveu uma manifestação na região do Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
A Associação de Shoppings culpou setores “irresponsáveis” pelo aumento da pandemia, o Sindicato dos Comerciários afirmou que as medidas podem gerar desemprego e a Associação Comercial pretende reverter parte das mudanças.
A partir da próxima segunda-feira (25), 10 regiões ficarão na fase laranja e outras sete na fase vermelha do Plano São Paulo de restrições causadas pelo Coronavírus.
Porém, as regiões em fase laranja passam para a vermelha, mais rígida, depois das 20h até às 06h em dias da semana. O comércio fechará aos finais de semana, quando todo estado se enquadra na fase mais rígida do plano.
Haverá restrições para shoppings, salões de beleza, academias, eventos culturais, restaurantes, bares e demais serviços não essenciais. Podem funcionar padarias, farmácias e supermercados. Para a mudança, o estado alegou aumento do número de casos da doença e da procura pelos serviços de saúde. As medidas serão revistas até o dia 8 de fevereiro.
Um grupo de manifestantes se reuniu nas proximidades do palácio do governo estadual, na zona sul de São Paulo, questionando as medidas. Com cartazes, os representantes do comércio pediram outro posicionamento da administração pública.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alfredo Cotait Neto, explica que entende a situação sanitária, mas afirma que o comércio está sendo penalizado ao fechar as portas nos finais de semana.
“Entendemos que deve ficar na fase laranja, abrir e gerar um pouco de renda. Fechar no final de semana é querer destruir a atividade econômica em São Paulo”, disse. Cotait vai procurar o governo para tentar reverter parte da decisão e permitir a abertura das lojas aos finais de semana.
Para o presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah, o futuro é preocupante, pois “já temos desemprego elevado. Fechando os shoppings, terá concorrência desleal com mercados, que podem abrir, e podemos ter ciclo de quebradeira com as lojas que vendem mais aos finais de semana. É radical, sem diálogo”.
A Associação Brasileira dos Shoppings pediu, em nota, mais responsabilidade. “A Abrasce vê com indignação o impacto gerado por setores irresponsáveis, festas clandestinas e com aglomerações que não seguiram os protocolos sanitários e as normas públicas, o que ocasionou o descontrole da pandemia e o retrocesso econômico”, lamentam.

Um shopping em São Paulo, visitado pela reportagem da CNN, vai respeitar o decreto e ofereceu aos lojistas a possibilidade de um horário mais restrito de início das atividades, com funcionamento das 10h ou das 12h até 20h.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, o feriado do aniversário da capital paulista, no dia 25, será tratado como dia útil, ou seja, o comércio funcionará, mas com restrições.
Procurada, a Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), não se manifestou. Os entrevistados não pretendem, por enquanto, acionar o estado judicialmente em busca de uma revisão do plano.
Entenda o que muda
Shoppings centers e galerias
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 12 horas por dia, encerrando até 22h
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Comércio não-essencial
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 12 horas, encerrando até 22h
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Lojas de conveniência
Não muda. Venda de bebidas alcoólicas permitidas apenas entre 6h e 20h em todas as três fases.
Serviços
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 10 horas, encerrando até 20h
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento em no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Restaurantes
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; atendimento apenas de clientes sentados; venda de bebidas alcoólicas até 20h
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
Fase Vermelha: Devem permanecer fechados.
Bares
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 20h; atendimento apenas de clientes sentados; venda de bebidas alcoólicas até 20h
Fase laranja: Devem permanecer fechados.
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Salões de beleza e barbearias
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Academias de ginástica
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; agendamento prévio e hora marcada; aulas e práticas individuais.
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas por dia, encerrando até 20h; agendamento prévio e hora marcada; aulas e práticas individuais.
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
Eventos e atividades culturais
Fase amarela: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 10 horas, encerrando até 22h; controle de acesso, hora marcada e assentos marcados; assentos e filas com distanciamento mínimo; sem público em pé.
Fase laranja: Capacidade de 40%; funcionamento por no máximo 8 horas, encerrando até 20h; controle de acesso, hora marcada e assentos marcados; assentos e filas com distanciamento mínimo; sem público em pé.
Fase vermelha: Devem permanecer fechados.
(*Com informações de Murillo Ferrari e Bruna Macedo, da CNN em São Paulo)