Comerciante cria acarajé rosa em homenagem a Barbie e vira polêmica nas redes
Apesar do sucesso nas redes, versão não foi aprovada pela Associação Nacional das Baianas de Acarajé
A empreendedora de Salvador Adriana Ferreira, a Drica, de 46 anos, resolveu aproveitar o burburinho gerado pelo filme “Barbie”, que estreia na quinta-feira (20) no Brasil, e criou um acarajé rosa.
A primeira foto do experimento e ação de marketing teve mais de cinco mil curtidas e alcançou mais 61 mil perfis. O vídeo do “acarajé Barbiecore” sendo frito ultrapassou 90 mil visualizações até a tarde desta quarta-feira (19).
“Nos inspiramos nas grandes redes de fast-food, que lançaram campanhas da ‘Barbie’ e decidimos também participar como uma forma de alavancar nossas vendas”, disse Drica para a CNN.
Em três dias, a conta do Acarajé da Drica, que tem dois pontos de vendas em Salvador, ganhou mais de nove mil novos seguidores, segundo a comerciante.
Para chegar ao rosa, a empreendedora usa anilina comestível, comum no preparo de bolos, doces e não altera o sabor dos alimentos. Além do quitute, Drica também criou o bolinho de tapioca rosa, último produto da campanha que deve acabar no próximo dia 30.
O lançamento, porém, foi alvo de críticas. A Associação Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) se manifestou contra a alteração do quitute tradicional na Bahia.
“Vamos respeitar o que é nosso, vamos respeitar um patrimônio que é nacional?”, afirmou Rita Santos, diretora da Abam nos stories do perfil da associação no Instagram.
“É uma brincadeira de mau gosto que não deveria ter sido feita”, afirmou.
“Ela não pode ser chamada de baiana, ela é uma vendedora. Baianas de acarajé de direito são aquelas que preservam nossa cultura, que valorizam nossos antepassados. Nem podemos chamar de acarajé, é um bolinho de feijão. Ela não valoriza nosso legado, nosso patrimônio. Essa é minha opinião e da associação”, afirmou Rita no vídeo.
Nos comentários, seguidores se dividiram.
“Já vi hambúrguer rosa, sushi rosa, pizza rosa, cookie rosa, batata rosa … Mas só o acarajé foi problematizado”, disse uma seguidora.
“Parabéns pela ação. Como profissional de marketing avalio que você conseguiu se adequar a febre atual e tomara que aumente suas vendas”, disse outro.
Outros foram contra a criação da comerciante.
“Você deveria respeitar a tradição isso sim. O acarajé é um patrimônio imaterial, não pode ser descaracterizado”, escreveu um usuário da rede.
“Se alguma franquia se atrever a fazer algum [sanduíche] fora do padrão estabelecido pela marca ele é banido imediatamente da franquia, é um padrão a ser respeitado. Agora o acarajé, que é um patrimônio imaterial, o povo acha correto fazer bagunça”, diz outra.
Drica, que trabalha há 16 anos no mercado, afirma que já está acostumada com as críticas.
“Passei por algo parecido quando lancei a ‘barca de acarajé’. O novo sempre é muito ameaçador aos concorrentes, despertando, assim, comentários e atitudes negativas de algumas exceções”, afirma.