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    Comando Vermelho é o grupo armado que mais conquistou territórios no RJ, diz instituto

    A exposição da população, o medo, as escolas fechadas e o transporte interrompido são as principais consequências à população, diz o Instituto Fogo Cruzado

    Polícia Militar em megaoperação contra integrantes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro
    Polícia Militar em megaoperação contra integrantes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro Reprodução

    Felipe Souzada CNN*

    O Comando Vermelho (CV) foi o grupo armado que mais conquistou territórios na Região Metropolitana no Rio de Janeiro, por meio de disputas, nos últimos sete anos. Logo em seguida estão as milícias, o Terceiro Comando Puro (TCP) e a facção Amigos dos Amigos (ADA).

    É possível observar ainda que entre os territórios conquistados pelo Comando Vermelho a maioria estava sob domínio das milícias, 52,9%. Em compensação, tanto as milícias, quanto o TCP, tiveram suas maiores conquistas entre os territórios do CV — respectivamente 78,5% e 55,2% das áreas conquistadas por cada grupo.

    Os dados são do Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) e também apontam a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro em áreas dominas pelo tráfico de drogas e pela milícia na Região Metropolitana no Rio de Janeiro.

    Em geral, o levantamento aponta que o CV é o grupo armado que mais ganha e mais perde territórios em números absolutos, seguido das milícias, que possuem mais perdas pelos confrontos armados do que conquistas.

    Apesar das expansões das facções, estes confrontos são pouco eficazes quando motivados para a conquista territorial. Em apenas 5,4% dos territórios houve alteração de domínio por meio do conflito.

    “O confronto não é o principal responsável pela expansão dos grupos armados no Grande Rio. O que nos faz pensar que a atuação conflituosa das polícias também não será responsável por impedir que esses grupos continuem ganhando território. Quais as principais consequências, então, dos confrontos? A exposição da população, o medo, as escolas fechadas e o transporte interrompido, eventos tão frequentes”, contou a diretora de dados e transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto.

    O coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF), Daniel Hirata, enfatiza que é preciso contextualizar esses dados com a evolução do controle territorial no Grande Rio.

    “É interessante observar o nível do emprego dos conflitos como recurso estratégico. A última atualização do Mapa dos Grupos Armados revela que os territórios sob domínio deles dobraram em 16 anos: era 9% do Grande Rio, hoje é 18%.” afirma Hirata.

    Segundo ele, essa expansão se deve sobretudo ao que órgãos classificam como de colonização de novas áreas. Apesar das polícias promoverem muitos confrontos, eles são ineficazes para inibir esse processo.