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    Com apreensão e choro, pai e mãe de Henry se encontram em tribunal após 7 meses

    Monique Medeiros é ré por homicídio triplamente qualificado do filho; ex-marido defende a condenação

    Leniel Borel durante depoimento no 2° Tribunal do Júri do Rio de Janeiro com Monique Medeiros ao fundo
    Leniel Borel durante depoimento no 2° Tribunal do Júri do Rio de Janeiro com Monique Medeiros ao fundo Pedro Duran/CNN

    Pedro Duranda CNN

    no Rio de Janeiro

    “Muito apreensivo”, se dizia o engenheiro Leniel Borel enquanto aguardava ser chamado para depor na sala de testemunhas. Pela primeira vez depois de quase sete meses, ele e a ex-mulher, mãe de Henry, Monique Medeiros, ficaram frente a frente. A última vez que isso tinha acontecido havia sido no velório de Henry, no dia 10 de março deste ano.

    Vestindo uma camiseta preta com o rosto de Henry estampado e um blazer, Leniel entrou na sala de audiência do 2° Tribunal do Júri do Rio de Janeiro sem olhar para a professora Monique Medeiros, agora ré pela morte do próprio filho. Ela, no entanto, se emocionou logo que o pai do menino começou a depor, contando que no início via Monique como a mãe que todo filho queria ter.

    Essa não foi a única vez que Monique, trajando o uniforme branco da penitenciária, chorou na audiência. Momentos depois, quando questionado pelo Ministério Público e pelos próprios advogados dele, assistentes de acusação, Leniel se emocionou ao contar as últimas lembranças com Henry. Monique foi amparada pelo advogado Hugo Novais, no ombro de quem se debruçou enquanto chorava. Ela recebeu lenços de seu outro defensor, Thiago Minagé, durante os momentos em que tentava conter o choro.

    Em um desses momentos, Leniel contou que o filho reclamava de dores durante o banho, dias antes de morrer. “Eu fui lavar a cabecinha dele com xampu e meu filho falou “papai, a cabecinha está doendo” e eu achei que era da fricção que eu estava [fazendo] e eu fui com todo carinho do mundo…”, contou.

    No fim dos questionamentos, Leniel defendeu que Monique fosse responsabilizada pelo crime. E ainda contou que teria ouvido de Dr. Jairinho após a morte do menino: “vida que segue, vamos virar essa página”.

    Leniel Borel foi o quarto a falar, depois dos três policiais envolvidos na investigação. Ele é um dos doze convocados pelo Ministério Público para depor. Uma das 63 testemunhas do caso.

    Depois que todas forem ouvidas, a juíza Elisabeth Machado Louro vai definir se o ex-vereador do Rio Jairo Souza Santos Junior e a professora Monique Medeiros irão ou não a júri popular. O Ministério Público calcula que, se forem condenados pelos crimes de homicídio triplamente qualificando e tortura, a pena pode chegar a 40 anos.