Ciro Gomes é vaiado e rebate: “fascistas de vermelho”
Entre as várias lideranças políticas presentes no ato contra Bolsonaro em São Paulo, Ciro foi alvo de vaias durante o seu discurso
A manifestação contra o governo do presidente Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, concentrou a presença dos principais presidenciáveis para as eleições de 2022. Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSol), assim como outras lideranças políticas, aproveitaram o ato para pedir o impeachment do presidente Bolsonaro.
O discurso de Ciro Gomes provocou reação de parte dos manifestantes. Ele foi vaiado e xingado durante toda sua fala contra Bolsonaro por um grupo de apoiadores do ex-presidente Lula. O grupo gritava o nome de Lula ao longo da manifestação. Alguns copos de plástico chegaram a ser arremessados em direção ao caminhão enquanto o presidenciável discursava. Enquanto isso, apoiadores de Ciro gritavam seu nome em apoio.
“Bolsonaro a tua hora está chegando, porque o povo brasileiro é muito maior que os fascistas de vermelho ou de verde e amarelo”, respondeu Ciro diante das vaias.
No início da fala, Ciro já havia partido para o ataque contra o presidente. “Fora Bolsonaro. Eu digo por que Fora Bolsonaro. Porque Bolsonaro é responsável por mais de 600 mil mortes de brasileiros. Porque Bolsonaro é corrupto, roubou a vacina que faltou para salvar a vida de brasileiros. Fora Bolsonaro porque enche de vergonha o Brasil no estrangeiro. Fora Bolsonaro porque está destruindo a economia nacional do Brasil”, disse Ciro.
“O impeachment de Bolsonaro é a única forma que a nação brasileira tem de se proteger contra um golpe de estado. Só há um jeito para impedir um golpe de estado no Brasil: é o povo na rua”, completou.
Com as vaias, no final do discurso, Ciro disse que estava acostumado a esse tipo de atitude, e que já tem experiência suficiente para ter enfrentado situações como essa, mas que a união era para “um bem maior”.
No começo da noite, a assessoria de imprensa de Ciro Gomes divulgou uma nota se posicionado sobre o ocorrido, afirmando que apesar das hostilidades, Ciro e o presidente do PDT, Carlos Lupi, estavam em confraternização e saíram do ato com tranquilidade. “São atos covardes de quem não está interessado no país. Esses covardes não intimidarão quem quer que seja. Ciro e o PDT seguirão na luta contra Bolsonaro e a favor do Brasil”, diz trecho da nota.
Unidade
Ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos abriu o último bloco do ato na Avenida Paulista destacando a diversidade de pessoas e partidos presentes no ato. Segundo ele, a diversidade política presente hoje nas ruas inclui “gente, inclusive, com quem a gente tem muita diferença”, afirmou. Na sequência, disse que as diferenças são menores do que a união para “tirar Bolsonaro”.
Fernando Haddad, por sua vez, defendeu que o governo do presidente Bolsonaro chegue ao fim antes das eleições de 2022. “Não podemos perder de vista o que nós estamos fazendo aqui”, disse. “Estamos aqui porque o povo quer comer e Bolsonaro não deixa, o povo quer estudar e Bolsonaro não deixa, quer trabalhar e o governo Bolsonaro não deixa”, disse.
“Temos que buscar o sentimento comum e o sentimento comum é ‘fora, Bolsonaro'”, afirmou o deputado carioca Marcelo Freixo (PSB), que também discursou no ato. “As ruas estão pedindo a nossa unidade”, defendeu em outro momento.
Lideranças políticas
A presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), pediu “unidade” na luta pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro durante ato na Avenida Paulista. “Vamos continuar nas ruas, vamos continuar dizendo que não queremos esse governo”, afirmou.
Em seu discurso no caminhão de som em frente ao Masp, a parlamentar afirmou que neste momento a população precisa pressionar a Câmara dos Deputados e o seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), pela abertura do processo de impeachment contra Bolsonaro. “Para tirar Bolsonaro nós precisamos pressionar a Câmara”, disse.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, fez coro à fala da parlamentar durante seu discurso. Ele disse que “não há mais briga” e que “agora é todo mundo junto contra Bolsonaro”.
Segundo Medeiros, “ainda dá tempo” e a população não precisa esperar até as eleições do ano que vem para tirar Bolsonaro do Planalto. “Estamos demonstrando hoje, com a ampliação do nosso movimento, que nós não vamos esperar até 2022”, afirmou.
Orlando Silva (PcdoB), comparou o ato deste sábado ao Diretas Já. “Nós estamos fazendo história. No dia 25 de janeiro de 1984, nós começamos uma longa jornada. O ato de hoje segue uma construção da luta popular. Gente do povo que tem um único objetivo, garantir a democracia no Brasil. Bolsonaro, no 7 de Setembro, queria dar um golpe. E essa é a resposta que a gente dá para ele”.
Lideranças evangélicas
A abertura da manifestação foi feita por líderes de diversas religiões. Eles discursaram em carro de som em frente ao Masp, contra o presidente Bolsonaro. Ao lado de representantes budistas e católicos, pastores rejeitaram a associação dos evangélicos ao governo federal, criticaram a gestão do governo frente à pandemia e pediram a manutenção da democracia. “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro”, disse Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular. “Não somos um único bloco, somos muitos”.
Nos arredores, membros da Coalizão Evangélica Contra Bolsonaro carregavam cartazes com críticas ao presidente. Simony dos Anjos, articuladora da coalizão, afirmou que o grupo reúne diversos coletivos contrários ao presidente, como a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, Cristãos contra o Fascismo, Rede de Mulheres Negras Evangélicas, entre outros. “Nos juntamos para fazer intervenções nos atos com o objetivo de nos contrapor aos evangélicos que apoiam o governo”, afirmou Simony.
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Manifestantes se reúnem no Museu de Arte de São Paulo (Masp) para protestar contra o governo Bolsonaro neste sábado (2); atos acontecem em diversas capitais • Isabella Faria / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes participam de ato contra o governo Bolsonaro neste sábado (2); carros de som e lideranças de partidos políticos já estão na Avenida Paulista, em São Paulo • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes reunidos durante protesto contra o governo Bolsonaro neste sábado (2), na Avenida Paulista, em São Paulo • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes contra o governo Bolsonaro começam a se reunir na Avenida Paulista neste sábado (8) • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Concentração de manifestantes contra o governo Bolsonaro neste sábado (2), na Avenida Paulista, em São Paulo • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes pedem 'Fora Bolsonaro' na Avenida Paulista, em São Paulo • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestação contra Bolsonaro em Campinas, no interior de São Paulo, neste sábado (2) • Wagner Souza / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Concentração para manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro • Lucas Neves / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes e políticos ocupam as ruas do centro do Rio na manhã deste sábado (2) contra o governo do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) • Lorando Labbe / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Marcelo Freixo (PSB) é recebido em protesto contra Bolsonaro no Rio de Janeiro • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes se reúnem no Rio de Janeiro para protesto contra o governo federal • Antônio Carlos Mansur / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes reunidos em Brasília neste sábado (2) durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro • Juliana Lopes / CNN Brasil (2.out.2021)
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Movimentos populares e sindicais foram às ruas no Campo Grande, em Salvador, em protesto contra o governo Bolsonaro • Cleber Sandes / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado (2), na região central de Recife (PE) • Marlon Costa / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado (2), na região central de Recife (PE) • Marlon Costa / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, realizado na cidade de Belém, no Pará, neste sábado (2) • Marx Vasconcellos / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Movimentos populares e sindicais voltam as ruas para protestar pedindo Fora Bolsonaro, neste sábado (2), em Salvador, na Bahia • Cleber Sandes / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Manifestações contra o governo Bolsonaro em Fortaleza neste sábado (2) • CNN / Reprodução (2.out.2021)
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Manifestações contra o governo Bolsonaro em Recife neste sábado (2) • CNN / Reprodução (2.out.2021)
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Protesto contra Bolsonaro, em Criciúma, Santa Catarina, neste sábado (2) • Ulisses Job / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Ciro Gomes em ato contra o governo de Jair Bolsonaro na Av. Paulista neste sábado (2) • GUILHERME GANDOLFI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Fernando Haddad, Eduardo Suplicy e Guilherme Boulos durante manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro na Av. Paulista, em São Paulo • WESLEY REZENDE /PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Manifestantes participam de protesto contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado, 02, na Avenida Paulista, região central de São Paulo • GABRIELE DORO/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Manifestantes participam de um protesto contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã deste sábado, 02, no Centro do Rio de Janeiro • WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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*Com Estadão Conteúdo