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    Cidadania italiana: descubra se você tem direito e como obter

    Imigração italiana no Brasil completa 150 anos em 2024; descendentes podem ter dupla cidadania

    Beto Souzada CNN

    Cerca de 30 milhões de brasileiros têm descendência italiana, de acordo com dados da Embaixada no Brasil. Este ano de 2024 marca os 150 anos da imigração italiana no Brasil, quando muitas famílias vieram para trabalhar nas lavouras do país.

    Sendo assim, o número de brasileiros que buscam cidadania italiana também é grande. De acordo com dados disponibilizados pela Avanti Cidadania, empresa de consultoria especializada em soluções para cidadania, desde o início da pandemia em março de 2020 para cá, a requisição de dupla cidadania aumentou 800%, sendo a italiana a mais procurada.

    Mas afinal, quem tem direito?

    A cidadania italiana é um direito que todos os descendentes têm, sem limite de gerações. Segundo a especialista em cidadania italiana e genealogia, Natali Lazzari, se você não tem um sobrenome italiano, você pode solicitar cidadania pela família da sua mãe ou da sua avó mesmo que ela tenha utilizado o sobrenome do marido depois de casar.

    “Para nascer você precisa ter 8 bisavós e 16 tataravós, é difícil que você não ache nenhum italiano”, ressalta Natali.

    Para quem tem sobrenome italiano, mas não sabe quem é seu ascendente, vale a solicitação de certidão de nascimento dos pais. Como toda certidão de nascimento consta os nomes de pais, avós e bisavós, é possível mapear três gerações.

     

    A investigação pode começar pelo próprio indivíduo, segundo a especialista. Além da investigação pela própria família, existem ferramentas online que auxiliam na busca pela árvore genealógica.

    “Comece descobrindo os sobrenomes de solteiras das suas duas avós. Com os quatro nomes completos dos seus avós, poderá verificar por qual dessas famílias há mais informações disponíveis. Também existe o FamilySearch, site que trata o assunto”, indica a especialista.

    Documentação e trâmite

    A lista de documentos para conseguir dar entrada na cidadania italiana, são:

    • Certidão de nascimento
    • Certidão de casamento
    • Certidão de óbito (caso necessário)

    A especialista explica que os documentos requeridos são de cada ascendente com as devidas traduções e apostilas.

    O processo se dá em três etapas. A primeira trata sobre a busca dos documentos e certidões. A segunda é administrativa e inclui a apuração dos documentos enviados. A terceira etapa finaliza o processo com apostilamento e tradução juramentada de documentos.

    As etapas podem variar um pouco conforme a modalidade do processo escolhido. Basicamente, as modalidades incluem três opções:

    • via processo no consulado da Itália;
    • via processo administrativo, onde a pessoa precisa viajar até a Itália para finalizar o processo;
    • ou via judicial , no tribunal da Itália.

    Os prazos variam entre 6 meses até 17 anos.

    Benefícios fazem o processo valer a pena

    Entre os benefícios de ser cidadão italiano está a dispensa de vistos para ingressar em mais de 194 países, entre eles, Estados Unidos e Canadá. A consultora explica que dentro da Europa ocidental, apenas a Áustria possui o mesmo benefício.

    Ter acesso à educação e bolsas de estudo, tratamentos em um dos melhores sistemas de saúde do mundo, além da possibilidade de morar e trabalhar em qualquer país da Europa são outros fatores que influenciam na decisão.

    “Imagine você precisar fazer uma maratona. Como seria se você tivesse um tênis adequado, um carro de apoio, médicos prontos e equipados, um treinador, uma equipe de apoio fornecendo água, alimentação. Não seria mais seguro? Você não iria curtir mais a corrida? A mesma coisa acontece com uma segunda cidadania, a vida é corrida com momentos de aceleração e de crise e o apoio é o que uma cidadania europeia lhe oferece”, conclui Natali Lazzari.

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