Ciclone no RS: cabo de helicóptero se rompe e senhora morre ao cair em rio durante resgate
Governador gaúcho Eduardo Leite disse que policial militar socorrista também caiu na água, mas conseguiu ser socorrido e encaminhado ao hospital


O Rio Grande do Sul já registrou ao menos 21 mortes provocadas pelas fortes chuvas decorrentes da passagem de um ciclone extratropical pela região Sul.
O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), informou que uma dessas mortes aconteceu no município de Lajeado durante uma operação de resgate.
Em comunicado divulgado à imprensa, ele afirmou que o “incidente ocorreu com uma das aeronaves do estado”.
“Um dos nossos policiais militares socorria uma senhora no vale do Taquari, sobre o rio Taquari. Perto de chegar a aeronave, o cabo se rompeu e infelizmente os dois caíram no rio e essa senhora perdeu a vida”, disse Leite.
O governador informou que o policial está gravemente ferido, foi encaminhado ao hospital e não corre risco de morte.
As fortes chuvas provocaram inundações também em outras cidades em que corre o rio Taquari.
Em Roca Sales, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou uma mãe e seu bebê no telhado de uma casa em um município afetado pelas chuvas provocadas por um ciclone extratropical na região Sul.
“Na manhã desta terça-feira (5), a Polícia Rodoviária Federal iniciou os trabalhos de resgate dos atingidos pela cheia do rio Taquari. O trabalho está concentrado nos municípios de Roca Sales, Muçum e Encantado. Nestas áreas existe uma série de pessoas que estão abrigadas nos telhados das casas para se proteger da enchente”, informou a PRF em nota.
Ciclone se afasta do Sul
O ciclone extratropical que atingiu a região Sul nos últimos dias se afastou, mas a passagem da frente fria associada a ele provoca uma queda acentuada na temperatura na região Sul nesta terça-feira (5), aponta a Climatempo.
Em entrevista à CNN, a meteorologista da Climatempo Maria Clara Sassaki contou que algumas cidades do Rio Grande do Sul registraram, apenas nessa primeira semana, toda a chuva prevista para o mês de setembro.
“Essa grande quantidade de chuva mantém o alerta ao longo dos próximos dias, mesmo que o tempo esteja mais firme, porque a água demora ainda para escoar. Os rios acabam extravasando, provocando novas enchentes, novos deslizamentos”, explicou.
A especialista também adiantou que, com o afastamento do ciclone, o tempo firme volta a predominar no Sul e abre espaço para que o ar polar derrube mais ainda as temperaturas na região. Na região da fronteira com o Uruguai e na Campanha Gaúcha, o risco de geada é acentuado.
“Ao longo do dia, o tempo firme vai voltando para o Rio Grande do Sul e o ar polar toma conta da região Sul do país. Agora a gente tem um risco de geada, com temperaturas muito baixas no decorrer dos próximos dias no Sul do país”, relatou.