Chuvas no RS: comporta do Guaíba rompe e ameaça zona norte de Porto Alegre
Ainda não é possível prever até onde a água pode chegar, afirmou o diretor-geral do Dmae
Uma das comportas do lago Guaíba –o portão 14– se rompeu nesta sexta-feira (3) e coloca em risco a população da zona norte de Porto Alegre (RS). A informação foi confirmada pelo diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss. Clique aqui para ver imagens da comporta rompida.
Segundo Loss, ainda não é possível mensurar as consequências do rompimento. O diretor afirmou que a água já está invadindo a avenida Sertório, podendo chegar ao shopping DC no bairro Navegantes e ao bairro Humaitá.
“Aquele portão é um pouco estreito. Não é um dos maiores portões que temos. Mas neste momento não conseguimos dimensionar até onde a água pode se estender. Ali é uma região plana: ele pode avançar Sertório adentro. A gente ainda não consegue prever”, disse Loss.
O prefeito Sebastião Melo (MDB), afirmou que “parte do 4º Distrito já está sendo afetada”. “O tamanho do [estrago] vai depender, agora, com o rompimento deste portão. Eu não posso dizer se vai até a [avenida] Farrapos ou se não vai até a Farrapos”, acrescentou.
O chefe do Executivo citou locais que, segundo ele, requerem “atenção especial”. São eles: Guarujá, Ponta Grossa, Túnel Verde, Sarandi. O bairro Sarandi, inclusive, tem situação ainda mais delicada. Isso porque, de acordo com o prefeito, as casas de bombas para auxiliar no escoamento da água não estão mais funcionando.
Mesmo antes do rompimento, a situação do portão 14 já era motivo de preocupação. Segundo Maurício Loss, um tanque do Exército estava sendo direcionado ao local para ajudar a escorar o equipamento.
Loss acrescentou que, no momento, “não vê problema” no muro localizado no Cais Mauá. “Mas os portões podem ter problema. Tanto que tanques do Exército estão chegando para fazer o escoramento.”
Sistema de segurança contra enchentes
O diretor-geral do Dmae explica que o sistema de segurança contra enchentes em Porto Alegre foi desenvolvida na década de 1960. “Foi feito com a engenharia e com a estrutura que se tinha. E ele tinha atendido muito bem. Mas a gente está passando por um momento histórico do Rio Grande do Sul”, comenta.
“O muro é o que mais nos tranquiliza. Nosso problema são, de fato, os portões: são entradas menores de água, mas claro que isso pode causar um grande estrago. Mas, de certa forma, vem atendendo as necessidades.”
Loss diz que o sistema “nunca foi testado a pleno como vem sendo”. E os prognósticos mostram que a estimativa [do nível do Guaíba] pode chegar a 5 metros ou mais. É muito difícil prever.”
Ele alerta para a situação das casas de bombas. “As casas de bombas também estão chegando aos seus limites. As casas de bombas não foram projetadas para trabalhar tantos dias. Os motores não aguentam trabalhar tantos dias ininterruptamente. Eles superaquecem, têm queda de energia. Mas a nossa equipe não tem medido esforços para estar lá presente e fazer a correção para atuar.”