Causa de incêndio em transformador no Amapá foi superaquecimento, diz laudo
De acordo com a Polícia, a constatação preliminar indicou que não houve descarga atmosférica e que os para-raios não registraram nenhuma anormalidade
Um laudo preliminar da Polícia Civil do Amapá aponta que o incêndio que atingiu o transformador 1 da subestação da empresa Isolux, na terça-feira (3), foi causado pelo superaquecimento de uma bucha, peça presente no transformador. As investigações ainda aguardam laudo conclusivo.
Até então, o governo estadual dizia acreditar que o apagão que assola o Amapá há 9 dias e atinge 89% da população havia sido causado por “desastre natural relacionado a tempestade com intensa atividade elétrica”.
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De acordo com a Polícia, a constatação preliminar indicou que não houve descarga atmosférica e que os para-raios não registraram nenhuma anormalidade.
A Polícia informou que vai pedir prisão de responsáveis caso seja necessário. “Investigação em curso verifica se ação humana poderia ter causado o incêndio e quem foi”.
O laudo técnico, que deve esclarecer o que houve com a bucha, tem prazo para sair em até 10 dias.
A responsabilidade pelo incêndio está, até então, sendo atribuída à empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia, que tem o contrato de concessão e pertence ao grupo Gemini Energy.
Em caso de prisão ou julgamento, a empresa poderia responder pelos crimes previstos no artigo 265 do Código Penal (atentado contra o serviço público – no caso de prestação de energia elétrica) e no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor. A pena é de 1 a 5 ano e prevê ressarcimento de reclusão.
A Polícia já solicitou o bloqueio de bens de R$ 50 milhões da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (MLTE). Além disso, a empresa já descumpria cláusula contratual anteriormente e estava sendo penalizada pelos órgãos de fiscalização por não ter feito manutenção de equipamentos em local adequado.
Um novo transformador deve chegar do município de Laranjal do Jari neste domingo (15).
Nota
A assessoria da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) enviou uma nota à CNN sobre o apagão.
Em relação aos pontos levantados pela Polícia Civil do Amapá, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) tem a esclarecer os seguintes pontos:
1. Estava operando de acordo com o contrato vigente e a anuência dos órgãos reguladores;
2. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela empresa e pelos órgãos competentes e ainda não há como esclarecer a origem do problema;
3. As medidas de contenção respeitaram todas as normas, tendo evitado, inclusive a propagação do fogo para os demais equipamentos da subestação;
4. Não tomou conhecimento de nenhuma acusação formal ou processo judicial sobre supostas alegações de atentado ao serviço público e bloqueio de bens da empresa.”
(*Supervisão de Ludmila Candal)