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    Caso Marielle: júri de homens brancos de meia-idade não deve interferir em sentença, segundo MP

    "Qualquer pessoa, independente de raça, de religião, de partido vai sentar aí, vai ver esse processo e vai chegar a mesma conclusão", avaliou promotor

    Cleber RodriguesBruno LaforéYasmin Oliveirada CNN

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    Durante discurso no julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, na manhã desta quinta-feira (31), o promotor de Justiça do Rio de Janeiro, Fábio Vieira, comentou a composição do júri popular formado para analisar o caso.

    Segundo a avaliação dele, o grupo formado majoritariamente por homens de meia-idade e pele clara deve ser favorável à condenação dos réus com pena máxima.

    “Achei muito interessante a composição do Júri. A maioria, pessoas de “meia-idade”, pessoas de pele clara. As mulheres sorteadas foram dispensadas”, disse o promotor do MPRJ.

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    “Muitas pessoas podem dizer: ‘olha só, esse Júri não está heterogêneo, não está mostrando uma democracia de cor, de raça ou de qualquer coisa’. Digo o contrário: qualquer pessoa, independente de raça, de religião, de partido, sentará aí, vai ver esse processo e chegará à mesma conclusão”, complementou.

    Ainda ontem (30), uma hora antes do julgamento, a juíza Lúcia Glioche realizou o sorteio dos jurados. As únicas duas mulheres sorteadas foram dispensadas pelos advogados dos réus.

    Defesa e acusação poderiam dispensar até 3 pessoas cada, sem necessidade de justificativa.

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    Discurso da promotoria

    Além de Fábio Vieira, os promotores Audrey Marjorie e Eduardo Martins puderam fazer explanações por até 2 horas e meia no início deste segundo dia de julgamento.

    “É inegável que esses fatos vão repercutir não só no Rio de Janeiro, como universalmente”, destacou Marjorie sobre a relevância do caso sob análise.

    Durante sua apresentação, Eduardo Martins deu detalhe sobre crime e chegou a mostrar pesquisas feitas por Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz na internet antes do assassinato. Foram exibidas pesquisas sobre amas, silenciadores e sobre a região por onde a vereadora trafegaria.

    Segundo a promotoria, 14 tiros atingiram o veículo onde estavam as vítimas. Quatro deles acertaram o corpo de Marielle. O motorista Anderson Gomes foi mais alvejado do que a vereadora, o que, segundo o promotor, prova que os tiros continuaram.

    “Foi escolhido ‘varrer o carro de um lado ao outro’ na intenção de matar todos”, afirmou Martins.

    A exibição contou também com um áudio enviado pela única sobrevivente do ataque, a então assessora de Marielle, Fernanda Chaves, no qual ela diziam, pouco depois de sobreviver aos disparos:

    “Olha só, o carro que eu estava com a Marielle foi atingido por vários tiros. Eu não sei o que fazer, fica em casa, me espera. Reza por mim, pela Marielle e pelo Anderson.”

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