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    Caso Henry: defesa de Jairinho diz que perito descartou provas importantes

    Ex-vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros foram denunciados por homicídio e tortura

    Prisão do vereador Dr. Jairinho no Caso Henry Borel
    Prisão do vereador Dr. Jairinho no Caso Henry Borel ESTADÃO CONTEÚDO

    Bruna Carvalhoda CNN

    no Rio de Janeiro

    Horas antes do interrogatório dos réus Jairo Souza dos Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, nesta quarta-feira (9), os novos advogados de defesa do ex-vereador falaram sobre o que esperam em relação ao processo.

    Em entrevista à imprensa, a advogada Flávia Froes, que atua na defesa do casal, afirmou que os dois são inocentes. “O trabalho de investigação defensiva que produzi prova que Monique é inocente e Jairinho é inocente”, afirmou.

    Flávia também questionou o trabalho do legista do Instituto Médico Legal (IML). Segundo ela, o profissional teria destruído provas importantes para o processo.

    “As provas estão sendo destruídas. O perito oficial informou ao juízo que lançou mão e descartou anotações pessoais ligadas a necropsia. Isso é muito grave após seis laudos contraditórios. A gente quer que ele seja ouvido para explicar porque ele jogou isso fora”, disse a advogada.

    O advogado Lúcio Adolfo, da mesma banca de defesa, negou ter pedido que Jairinho permanecesse em silêncio durante o interrogatório.

    “Hoje é um momento importante do processo. Ele tem o direito de apresentar a versão dele, nós vamos aconselhá-lo e ele vai acatar ou não. Nós não temos pretensão de demora. Nós não queremos que isso se estenda mais” disse o advogado.

    Sobre o pedido para adiamento do interrogatório, feito essa semana, a defesa disse que precisava ter acessos a mais informações.

    “Eu cheguei depois do processo. Nós estamos preocupados em que se possibilite à juíza conhecer toda a extensão da prova, e não parte dela que tem sido levada ao conhecimento público” disse.

    A tia de Leniel Borel, pai de Jairinho, Maria Aparecida Camargo Borges disse que a expetativa da família é que a justiça seja feita após o interrogatório.

    “A gente só pede justiça porque a gente sabe que aconteceu alguma coisa muito grave. Eu acredito, ela como mãe, por exemplo, deve confessar alguma coisa. Ele não, mas vai”, disse.

    Nesta quarta, os réus serão ouvidos por Ministério Público, defesa e pela juíza Elisabeth Machado, da 2ª Vara Criminal da Capital. Depois desse último interrogatório, defesa e acusação vão apresentar as alegações finais, o que deve acontecer nos próximos dias.

    Após a revisão desses pedidos, a juíza vai proferir a chamada sentença de pronúncia, que vai definir se o casal vai ou não a júri popular.

    Henry Borel, de 4 anos de idade, morreu no dia 8 de março de 2021. De acordo com a denúncia, ele foi vítima de torturas realizadas pelo padrasto.

    O casal foi preso em abril de 2021. Eles foram de denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pela prática de homicídio qualificado, tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

    Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros
    O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros / Reprodução/Redes Sociais

    Testemunhas prestaram depoimento

    A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, iniciou a audiência de instrução e julgamento, em seis de outubro do ano passado. Foram ouvidas 10 testemunhas de acusação.

    No dia 14 de dezembro foram ouvidas as últimas testemunhas da acusação e da defesa de Jairinho. No dia seguinte, foi a vez da oitiva de testemunhas da defesa de Monique Medeiros.

    Ao longo das investigações foram ouvidos:

    •  Thiago K. Ribeiro, ex-vereador do Rio e membro do Tribunal de Contas do Município
    •  Herondina de Lourdes Fernandes, tia de Jairinho
    • Coronel Jairo, pai de Jairinho
    • Cristiane Isidoro, ex-assessora de Jairinho
    • Fernanda Abidu Figueiredo, ex-companheira de Jairinho
    • Luiz Fernando Abidu Figueiredo dos Santos, filho de Jairinho
    • Sigmar Rodrigues de Almeida, policial civil
    • Rogério Baroni, motorista da família
    • Tereza Cristina dos Santos, cabeleireira que presenciou uma ligação de vídeo em 12 de fevereiro de 2021, na qual a criança e a babá conversavam com Monique Medeiros.