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    Caso Henry: clima era de descontração entre Monique e Jairinho, diz delegado

    Henrique Damasceno, delegado que atuou na investigação, foi o primeiro a depor no caso do menino Henry Borel

    Isabelle Salemecolaboração para a CNN

    no Rio de Janeiro

    Durante a primeira audiência do caso Henry Borel, o ex-delegado da 16ª DP do Rio de Janeiro, Henrique Damasceno, disse que Monique Medeiros, mãe da criança, sabia e acobertava as agressões sofridas pelo filho. Além disso, Damasceno afirmou que o clima era de descontração entre a mãe e o padrasto do menino, Dr. Jairinho, durante o depoimento, dias depois da morte de Henry.

    Na delegacia, ambos teriam comido pizza e Monique teria tirado uma selfie com um antigo advogado de defesa, o que chamou atenção dos investigadores, disse o depoente. O atual advogado de Monique, Thiago Minagé, interrompeu alegando que a fala era uma opinião do delegado e não representava os fatos.

    Damasceno, que hoje é titular da Delegacia de Homicídios da Capital, reforçou ainda que Henry chegou morto ao hospital na noite de 8 de março e que os laudos da perícia apontaram 23 pontos de lesão no corpo do menino, algumas fatais. Segundo a investigação, o menino passava por uma rotina de espancamentos pelas mãos do padrasto e Monique havia sido alertada pela babá pelo menos um mês antes da morte de Henry.

    Durante depoimento na delegacia, a mãe haveria justificado as marcas no corpo do menino como se ele tivesse caído da cama.

    Agressões e negligência

    Além dos relatos de agressão de Jairinho ao menino, Damasceno mencionou ainda uma suposta negligência do padrasto, que é médico. Em depoimento, Jairinho disse que nunca exerceu a medicina e que por isso preferiu levar Henry a um hospital a fazer o atendimento emergencial.

    A defesa disse que Jairinho tentou reanimar a criança no elevador, mas o delegado avaliou a medida como pouco efetiva. “Você soprar a boca de uma criança no colo, desfalecida, não é o procedimento certo em um caso como esse”, rebateu.

    Questionado pelo Ministério Público sobre os demais casos de supostas agressões de Jairinho a outras crianças, Damasceno confirmou que tomou conhecimento de mais dois casos, que passaram a ser investigados pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).

    O promotor chegou a mencionar a possibilidade de incluir o comportamento padrão de sadismo na qualificação da denúncia de homicídio.

    Bom relacionamento do casal

    Na avaliação do policial, Monique não teria acobertado o namorado por medo ou ameaça, como ela havia dito à polícia. Damasceno reforçou que Monique não pareceu intimidada por Jairinho em nenhum momento e que os dois conversaram normalmente enquanto eram conduzidos à delegacia.

    Durante o momento da prisão, um mês depois da morte de Henry, o casal teria sido encontrado dormindo junto. “Ela sabia o que aconteceu e, ao que tudo indica, no mínimo, aderiu a mentira”, disse o depoente a Elizabeth Machado Louro, juíza da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, onde o caso está sendo julgado.