Caso Henry Borel: Polícia não descarta novo depoimento de Monique Medeiros
Inquérito policial que apura o crime ainda depende da conclusão de laudos periciais
O delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação da morte do menino Henry Borel, de quatro anos, disse à CNN que não descarta a possibilidade de ouvir Monique Medeiros novamente. Essa oitiva, no entanto, depende de laudos que ainda não estão em poder da polícia.
Entre as informações que os investigadores aguardam está o conteúdo dos dois celulares, apreendidos no dia da prisão do casal. De acordo com a polícia, Jairinho teria tentado se desfazer dos aparelhos, jogando-os pela janela, mas eles foram recuperados e periciados.
A prisão provisória de Jairinho e Monique vence no dia 7 de maio. A polícia quer concluir o inquérito o quanto antes para encaminhar o caso ao Ministério Público.
Nesta segunda-feira (26), a defesa de Monique esteve na delegacia para formalizar a entrega da carta que teria sido escrita por ela. No texto, a professora pede para ser ouvida novamente pelos investigadores. Ela narra supostas agressões cometidas por Jairinho e conta que foi o namorado que encontrou Henry no quarto, no dia 8 de março, e a chamou, dizendo que a criança tinha caído da cama.
A versão é diferente da que havia sido dada no primeiro depoimento. Monique afirma que foi treinada a mentir aos policiais. No entanto, até agora, os investigadores não encontraram indícios que comprovem as agressões e nem a possível coação.
Além de insistir no novo depoimento, a defesa também quer provar que Jairinho, apesar de dizer o contrário, exercia a medicina e teria condições de prestar os primeiros socorros a Henry Borel em vez de levar o menino ao hospital na madrugada em que foi morto.
Na carta entregue na Delegacia da Barra da Tijuca, na zona oeste, Monique relata que Jairinho não ofereceu ajuda ao menino ainda dentro do apartamento. A mãe de Henry diz, ainda, que o médico e vereador oferecia remédios para ela dormir regularmente. E que isso teria acontecido na noite em que a criança morreu.
Os defensores pediram que a Polícia Civil do Rio de Janeiro acione a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o órgão fiscalizador estadual competente para que seja fornecido um relatório de todas as eventuais receitas médicas emitidas por Jairinho.
O advogado de Dr. Jairinho, classificou a carta de Monique como “uma peça de ficção, que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos” Apesar de já ter adiantado à CNN que vai questionar a qualidade das provas técnicas apresentadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na investigação da morte de Henry Borel, o advogado Braz Sant’Anna só pretende se manifestar sobre a tese da defesa após a denúncia à Justiça.