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    Campanha Natal Sem Fome 2021 começa neste domingo com homenagem a Betinho

    ONG Ação da Cidadania espera arrecadar mais de 6 mil toneladas de alimentos que serão doados a 2,5 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade

    Isabelle Resendeda CNN , Rio de Janeiro

    Começa neste domingo (17) a campanha nacional Natal Sem Fome 2021. Coordenada pela ONG Ação da Cidadania, a campanha anual tem como objetivo mobilizar a sociedade civil para que milhares de famílias em situação de vulnerabilidade possam celebrar o Natal com comida na mesa.

    A expectativa dos organizadores é que sejam arrecadados pelo menos R$ 30 milhões que serão revertidos em alimentos a serem distribuídos para 2,5 millhões de pessoas de todas as regiões do Brasil.

    De acordo com a entidade, cada R$ 1 doado equivale a um prato de comida.

    As doações devem ser realizadas pela internet, na página oficial do Natal Sem Fome, até o final de dezembro.

    “A fome não tem vacina. A cura só vem através das políticas públicas. Por isso a gente pede que cada um dê asas a sua solidariedade e nos ajude, porque quem tem fome, tem pressa. A nossa meta é arrecadar seis mil toneladas de alimentos em todo o país para distribuir para 2,5 milhões de pessoas”, afirma Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania.

    O Brasil vive ainda sob os efeitos da crise econômica intensificada durante a pandemia, com 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

    O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021”, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com o WFP e outras instituições, aponta que 23,5% da população brasileira esteve em situação de insegurança alimentar moderada ou severa entre 2018 e 2020.

    Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que o desemprego ficou em 14,1% no segundo trimestre de 2021, atingindo 14,4 milhões de pessoas.

    Nesta edição, a Ação da Cidadania faz a releitura de uma das histórias contadas por seu fundador Herbert de Souza, o Betinho, conhecida como  a “Fábula do Beija-Flor”.

    Nela, o pássaro é questionado ao tentar apagar um incêndio na floresta levando água no bico. Ele tem consciência de que sozinho não consegue, mas dá o exemplo que se cada animal da floresta fizer a sua parte, o fogo vai cessar.

    “O Natal Sem Fome simboliza a nossa luta e esperança por dias melhores para a população que vem sofrendo com a falta de comida. A expectativa é que essa seja a maior campanha da história da ONG, esperamos arrecadar pelo menos R$ 30 milhões para conseguir levar alimento para famílias em todo o país”, explica Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.

    O Rio de Janeiro é o palco principal das ações previstas para o dia o lançamento da campanha.

    A partir das 9h, artistas vão promover um grafitaço coletivo e recreação infantil na Praia de Copacabana, na Zona Sul.

    No mesmo horário, um ato simbólico em repúdio ao agravamento da fome no país será realizado entre os Postos 2 e 3, com uma passeata de lideranças dos comitês da entidade empurrando carrinhos de compras vazios, seguido de um bumbo de escola de samba representando luto. Também haverá um espaço para arrecadação de alimentos.

    No final de setembro, a OAB Nacional, a pedido da Ação da Cidadania, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando o governo federal a adoção de uma série de medidas de combate à fome no país.

    Entre elas, estão a retomada do auxílio emergencial no valor de R$ 600 e das atividades do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

    O STF determinou um prazo de dez dias para que o governo apresente informações sobre os questionamentos.

    O Natal Sem Fome já levou alimentos para mais de 20 milhões de pessoas por todo o Brasil desde seu lançamento em 1994, um ano após a fundação da Ação da Cidadania.

    Na época, a iniciativa de Betinho surgiu como um caminho para combater a fome e a desigualdade socioeconômica no país, e ajudar os mais de 32 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza naquele ano. Após dez anos sem ser realizada, a campanha voltou em 2017.

    Este ano, a ONG já conta com o apoio de empresas como Vale, iFood, Coca-Cola, Claro, TikTok e Ancar e espera mobilizar dezenas de outras.

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