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    Campanha busca arrecadar suprimentos para região amazônica, castigada pela seca

    Todos os beneficiados fazem parte de comunidades dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Piranha

    Taísa Medeirosda CNN , Brasília

    Uma das mais graves secas vividas pelo Amazonas vem exigindo comprometimento de autoridades, lideranças da sociedade civil e de toda a comunidade para garantir os suprimentos básicos para a população local.

    Com 60 dos 62 municípios do estado afetados e uma série de medidas emergenciais tomadas pelos governos estadual e federal, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) une suas forças para também angariar suprimentos para as comunidades. A fundação recebe doações como cestas básicas, água potável, remédios básicos e combustível e outros itens.

    De acordo com Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS, a expectativa é que as dimensões da campanha sejam semelhantes às da iniciativa realizada durante a pandemia de covid-19. A organização sem fins lucrativos auxiliou cerca de 8 mil comunidades e aldeias, alcançando 650 mil pessoas na época do enfrentamento ao coronavírus.

    Todos os beneficiados fazem parte de comunidades dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Piranha. São comunidades chamadas de “guardiãs da floresta” — compreendidas por unidades de conservação, extrativistas, e terras indígenas ou quilombolas.

    O apoio de instituições provou-se essencial na época. Foram 129 instituições parceiras — o que é antecipado na mesma escala para a atual campanha.
    A entrega de algumas doações já começou. Viana relata ter ouvido de moradores da região que a situação é desesperadora.

    “É uma situação crítica. Quando o rio seca, não é possível levar um doente, um produto perecível, nem é possível comprar algo, e transportar. Cria-se um problema de logística, consequências econômicas, para saúde, do ponto de vista social, e também ambiental”, relatou à CNN.

    A atual seca vivida na região Norte tem sido muito abrupta, com significante velocidade de descida das águas do Rio Negro em setembro, o que não permitiu que as pessoas se preparassem. Além disso, a seca chegou em um nível crítico e está a caminho de bater o recorde.

    “É muito importante as pessoas se darem conta de que a Amazônia é diferente das outras partes do país. Em primeiro lugar, porque a primeira forma de transporte é por água. Uma seca aqui em relação a uma seca do nordeste: lá chega um caminhão pipa. Aqui não chega. Aqui não existe uma cultura de adaptação à seca. Isso também agrava”, frisou Viana.

    O deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) atua na articulação política do movimento para auxiliar as comunidades, especialmente aquelas que estão sem água potável. Mandel vem mobilizando as lideranças do estado para apoiar a campanha.

    “O apoio federal não está sendo suficiente para suprir a demanda de água e humanitária, dos ribeirinhos e dos indígenas”, explicou o parlamentar. Com isso, a FAS une esforços aos recursos federais e estaduais destinados para a região.

    Sem água e comida

    A estimativa é que mais de 800 comunidades estejam sem acesso a água potável e comida, totalizando cerca de 500 mil pessoas nessa situação, segundo estima o governo do estado.

    Uma das dificuldades enfrentadas para o fornecimento de água é o acesso desses locais. A maioria só possui aeroportos clandestinos. As estradas são poucas, e o acesso por água fica impossibilitado com a seca dos rios locais.

    “A gente tem levado até determinados trechos de helicóptero. Outra parte faz de moto”, relatou o deputado, que vem arrecadando lotes de garrafões de água para levar até as comunidades.

    Mandel acompanhou a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), na semana passada, à região atingida pela seca. O deputado também conversou com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, sobre estratégias para atender às comunidades.

    Como ajudar

    A Fundação Amazônia Sustentável segue com a campanha beneficente para arrecadar doações para as pessoas afetadas pela seca extrema na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Lago Piranha e outras comunidades.

    Alimentos não perecíveis e água potável podem ser entregues na sede da FAS, localizada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque Dez, em Manaus (AM). As doações de recursos financeiros podem ser feitas por meio da chave PIX 03351359000188 – Fundação Amazônia Sustentável e pelo site bit.ly/doe-amazonia.

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