BRT do Rio tem um acidente a cada três dias por invasão à faixa exclusiva
Houve ainda 32 atropelamentos nos corredores expressos ao longo de 2020
O acidente entre um ônibus articulado do BRT e um carro de passeio que invadiu a faixa exclusiva do corredor Transcarioca, que deixou um morto e 49 feridos, não foi um episódio isolado. Ao longo de todo o ano de 2020, a média foi de um acidente deste tipo a cada três dias, com base em dados do Consórcio BRT, que administrava o serviço de três linhas até o início do mês, quando a Prefeitura do Rio encampou o serviço até uma nova licitação.
Segundo a concessionária, foram 130 colisões deste tipo ao longo do ano passado. E houve também 32 atropelamentos na faixa, na qual os veículos expressos transitam em até 70 quilômetros por hora. Especialista em direito de trânsito, o advogado Márcio Dias explica que esse tipo de violação às leis de trânsito configura infração gravíssima.
“A faixa exclusiva fica sob domínio da Secretaria Municipal de Transporte, e é ela quem determina quem pode transitar ali, carros de serviço da Polícia Militar, da concessionária, da CET-Rio e do Samu. Invadir aquela faixa pode fazer o condutor perder até sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de ter o veículo removido e receber multa de R$ 293”, explica.
Os ônibus articulados têm 15 toneladas e 20 metros de comprimento. Por isso, precisam de mais tempo e espaço para realizar a frenagem. Assim, quando há invasão na pista, a chance de um acidente é maior, de acordo com a concessionária. Os acidentes também tiram os veículos de circulação para reparo e interferem nos intervalos de circulação.
O acidente de terça-feira (9) aconteceu no início da noite, quando um ônibus articulado se chocou com um veículo de passeio que invadiu a pista e se chocou com o ônibus, que virou na pista, na altura da estação do Mato Alto, no corredor que liga a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, ao Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte.
O condutor do veículo fugiu do local. O caso está sendo investigado pela 43ª Delegacia de Polícia (Guaratiba). A delegada titular da área, Márcia Julião, concluiu que o veículo, tinha sido furtado no dia três de março, na área da 22ª DP (Penha), e estava com uma placa clonada, de São Paulo, copiada de outro carro que tinha as mesmas características.
Sobre as vítimas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, todas foram atendidas em hospitais da rede e cinco seguem internadas.